São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Egito se contradiz sobre captura de turistas

Chanceler afirma que 19 seqüestrados na fronteira com o Sudão foram libertados, mas porta-voz nega

DA REDAÇÃO

Autoridades egípcias afirmaram na manhã de ontem que um grupo de 19 pessoas, entre elas 11 turistas europeus, foi seqüestrado durante o final de semana em uma região desértica ao sul do país. Horas depois, altos membros do governo egípcio deram versões conflitantes sobre o paradeiro dos reféns.
O chanceler Ahmed Aboul Gheit disse em Nova York que todos os reféns estavam "sãos e salvos" depois de libertados e que o seqüestro havia sido obra de um "bando de gângsteres".
Mas o ministro foi desmentido pelo próprio porta-voz. O assessor afirmou que a situação "não havia mudado", e que o ministro se referia a "relatos não confirmados".
No Cairo, um outro porta-voz ressaltou que "as negociações [com os seqüestradores] ainda estavam em curso".
O caso foi anunciado no início do dia, quando autoridades do Cairo disseram que cinco italianos, cinco alemães, um romeno e oito egípcios -funcionários de uma agência de turismo- haviam sido capturados por criminosos aparentemente sem motivação política ou religiosa e teriam sido levados para o vizinho Sudão.
Segundo os serviços de inteligência egípcios, os seqüestradores teriam exigido um resgate de 6 milhões.
Os turistas foram vistos pela última vez na sexta-feira no vilarejo de Dakhla. Depois de passar a noite em um hotel, eles partiram em comboio de veículos 4 x 4 rumo à reserva natural de Gilf al Kebir, 900 km ao sudoeste do Cairo, conhecida pelas pinturas rupestres que aparecem no filme "O Paciente Inglês" (1996).
Autoridades souberam do seqüestro depois que um agente de turismo que estava no grupo ligou do celular para sua mulher informando que havia sido feito refém por "homens africanos mascarados".
Apesar de ocidentais já terem sido alvos de atentados e crimes no país, esse é o primeiro grande seqüestro de turistas no Egito. Os atentados contra estrangeiros, que deixaram dezenas de mortos nos últimos anos, foram até então todos cometidos por grupos islâmicos radicais, que são combatidos com mão de ferro pelo governo.


Com agências internacionais


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