São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Oposicionista iraniano pede união nacional

DA REDAÇÃO

O influente ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997), ligado à oposição, fez ontem um apelo pela unidade nacional, num esforço para amenizar as tensões que assolam o Irã desde a controversa reeleição do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad, em 12 de junho.
A declaração foi dada durante encontro bianual da Assembleia dos Especialistas, um órgão do complexo sistema de governo iraniano chefiado pelo próprio Rafsanjani e cujas atribuições incluem a escolha do líder supremo.
A declaração sinaliza um aparente recuo de Rafsanjani, um aiatolá próximo do candidato reformista Mir Hossein Mousavi, que liderou os megaprotestos contestando o resultado oficial do pleito presidencial -pelos quais Mousavi obteve 33% dos votos, contra os 62,7% de Ahmadinejad.
As acusações de fraude deflagraram a maior onda de protestos contra o regime teocrático desde a revolução de 1979, que resultou na morte de ao menos 20 pessoas e na prisão de centenas de oposicionistas.
Rafsanjani alegou que a união dos iranianos era indispensável para defender o direito de o país enriquecer urânio.
Há consenso na classe política do país sobre a necessidade de resistir a pressões do Ocidente, que acusa o Irã de fabricar secretamente a bomba atômica e exige o fim das atividades nucleares iranianas.
Teerã, que diz querer apenas produzir energia e alega ter direito de fazê-lo sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, anunciou ontem estar testando uma nova geração de centrífugas para acelerar o enriquecimento de urânio.
O embate sobre o programa atômico iraniano será um dos temas centrais da Assembleia Geral da ONU, na qual Ahmadinejad discursará hoje, e motivará reunião, no dia 1º de outubro, entre representantes iranianos e do chamado P5 + 1, grupo que reúne as cinco potências nucleares do Conselho de Segurança mais a Alemanha.
Ontem foi anunciada a transferência do local da reunião de Ancara, Turquia, para Genebra, na Suíça -mesma cidade onde ocorreu a última rodada de conversas entre o Irã e as potências, em julho de 2008.
Apesar de ter sido submetido a três rodadas de sanções econômicas por causa do seu programa nuclear, o Irã deixou claro que descarta discutir com P5 + 1 a possibilidade de suspender seu enriquecimento de urânio.
A União Europeia, que medeia as conversas sobre o tema, negou ontem que o P5 + 1 esteja dividido sobre a adoção de novas sanções a Teerã.

Com o "Financial Times" e agências internacionais



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