DA REDAÇÃO

A polícia da França desmantelou ontem um campo de imigrantes irregulares conhecido como "selva", em Calais (norte), onde cerca de 800 pessoas -principalmente de Iraque e Afeganistão- viviam em condições precárias.
Mais de 270 imigrantes foram presos, e ao menos 300 haviam fugido antes da operação. O ministro de Imigração, Eric Besson, argumentou que o alvo não eram os imigrantes, e sim a "máfia de tráfico humano que operava" ali.
Mas ONGs questionaram a ação. "O problema não foi resolvido. A situação piorou para essas pessoas", disse à Folha Patrick Delouvin, da Anistia Internacional.
A "selva" ficava em uma zona antiga do porto de Calais, em meio à areia e ao lixo, onde imigrantes montaram tendas de plástico -destruídas ontem por tratores. Como muitos deles têm parentes no Reino Unido, seu objetivo é chegar a terras britânicas via canal da Mancha, pagando atravessadores.
A França diz que os presos poderão se candidatar a asilo ou à repatriação. Mas os imigrantes temem ambas as opções, pelo risco de voltar a seus países de origem e porque o pedido de asilo de muitos teria de ser tramitado na Grécia -que, de 20 mil pedidos feitos em 2008, concedeu apenas 379. "Os imigrantes sabem que a obtenção de asilo é muito difícil. Por isso, eles fogem [da polícia]", diz Delouvin.

Com agências internacionais

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