São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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"Banho de loja" em Palin e família custa mais de US$ 150 mil aos republicanos

DA REDAÇÃO

Desde a surpreendente indicação da governadora do Alasca para vice na chapa de John McCain, os republicanos desembolsaram mais de US$ 150 mil para incrementar o visual de Sarah Palin e de seus familiares.
Após o site Politico revelar a quantia, com detalhes de onde foram feitos os gastos, a campanha republicana deixou de lado sua tática inicial de não comentar a questão.
"É impressionante que estejamos gastando tempo para falar de coisas como terninhos e camisas. Sempre foi nossa intenção que as roupas fossem para doação depois da campanha", disse Tracey Schmitt, porta-voz da chapa.
Quem terá de fazer o reembolso aos doadores será o Comitê Republicano Nacional e não a campanha presidencial -a lei que veda o uso de fundos de campanha em fins privados não se aplica ao comitê.
Além disso, se Palin quisesse ficar com os bens, eles precisariam ser enquadrados como renda para efeito tributário (a isenção fiscal a trajes usados como uniforme profissional não se aplica neste caso). Também por isso impõe-se a distribuição.
A julgar por alguns estabelecimentos onde foram gastos os US$ 150 mil, os contemplados com as doações devem ganhar itens pouco acessíveis a mães de família de classe média -imagem que Palin tenta vender.
Ainda que seja impossível fazer caridade com os US$ 4.716,49 usados em maquiagem e cabeleireiro, haverá distribuição de bens no valor de US$ 124.488,37, comprados em lojas caras como Neiman Marcus e Saks Fifth Avenue. Houve gastos também em roupas masculinas e até o emprego de US$ 92 em um conjunto de macacão e capuz para Trig, o bebê de Palin.
Segundo dados da Comissão Eleitoral Federal, o comitê nacional republicano reembolsou mais de US$ 130 mil referentes às compras a Jeff Larson no mês passado.
Consultor republicano, ele era executivo-chefe do comitê de recepção da convenção republicana, em St. Paul.
Além de ter financiado o guarda-roupa de campanha dos Palin, Larson também é o sócio de uma empresa apontada pelos democratas como a origem das ligações com gravações de ataque a Barack Obama que estão sendo disparadas em Estados-pêndulo. Anteontem, McCain defendeu esta estratégia de campanha -criticada até por Palin, recentemente mais acessível para entrevistas.
Ontem, a CNN divulgou uma delas, na qual a ex-prefeita de Wasilla, cidade de pouco mais de 5.000 habitantes no Estado em que governa, disse ter mais experiência no Executivo que Obama.

Com agências internacionais



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