DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE

O governo do Haiti confirmou ontem que uma epidemia de cólera é a responsável pelas mortes e internações por diarreia em diversas regiões do interior do país.
Desde quinta-feira da semana passada, pelo menos 138 pessoas morreram e cerca de 1.500 estão internadas, segundo a ONU.
A maior parte das vítimas é de áreas predominantemente rurais, repletas de acampamentos para desabrigados e onde a ajuda humanitária demora para chegar.
O anúncio foi feito pelo presidente René Préval e depois detalhado por Gabriel Thimothe, diretor do Ministério da Saúde.
De acordo com Thimothe, exames laboratoriais confirmaram que os sucessivos quadros de diarreia aguda foram provocados por cólera.
O ministério acredita que a alta incidência de casos tem relação direta com a temporada de chuvas, que levou fezes humanas dos acampamentos para os afluentes do rio Artibonite, que corta as duas áreas afetadas.
As autoridades temem que a epidemia chegue aos acampamentos gigantes de desabrigados de Porto Príncipe. Mortes já foram registradas em Croix-des-Bouquets, periferia da capital.
A cólera do tipo um -o mais perigoso- é provocada por uma bactéria que se multiplica no intestino, e sua transmissão ocorre pela ingestão de água contaminada por dejetos humanos.
Ontem, caminhões com medicamentos e médicos deixaram Porto Príncipe com destino à cidade de Saint Marc, a mais atingida.
O governo reforçou as recomendações para a população não consumir água do Artibonite. Uma agência espanhola anunciou a doação de 100 mil para combater a doença. (FSX)


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