|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Famílias e Sarkozy pedem recuo colombiano
Reuters/Presidência da Colômbia
|
Uribe, que prefere o resgate militar dos reféns da guerrilha |
DA REDAÇÃO
Familiares de reféns das Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), políticos e
representantes civis lamentaram ontem a saída de Hugo
Chávez do processo de negociação com o governo colombiano
para a soltura dos seqüestrados. Marleny Orjuela, presidente da Asfamipaz -que reúne parentes de policiais e militares reféns- afirmou que está
planejando um protesto na
praça Bolívar, em Bogotá, para
pedir a restauração da mediação do presidente venezuelano.
"Estou triste e decepcionada", disse Orjuela. "Não sabemos mais o que fazer. Acima
das razões políticas está a vida
dos reféns, e por isso pedimos
ao presidente [colombiano, Álvaro Uribe] que reconsidere."
O pedido encontrou eco na
França, onde o presidente, Nicolas Sarkozy, afirmou por
meio de porta-voz que "Chávez
é a melhor chance de assegurar
a libertação de Ingrid Betancourt e dos demais reféns". Betancourt, política franco-colombiana seqüestrada há mais
de cinco anos, é a principal razão do lobby de Sarkozy em
prol da troca humanitária.
O presidente da Comissão de
Política Exterior do Parlamento venezuelano, Saúl Ortega,
culpou "setores militares e da
guerrilha aos quais não convém
a paz" pela derrocada da mediação. O professor Gustavo
Moncayo, pai de um cabo do
Exército seqüestrado há quase
dez anos, disse que a decisão de
Bogotá "foi um mau passo". Em
2006, Moncayo percorreu quase mil quilômetros a pé em
campanha pela troca dos reféns
por guerrilheiros presos.
Vários outros familiares opinaram contra a decisão na mídia colombiana. O filho da refém Gloria Polanco, Jaime Felipe Lozada, disse que Uribe pode ter sentido "ciúmes" do papel de Chávez no processo. Já
Lucy de Gechem, mulher de
um ex-congressista em poder
das Farc, foi mais agressiva. "Já
não se pode chamar a situação
de um balde de água fria: é uma
cusparada", afirmou.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Colômbia afasta Chávez de negociação com as Farc Próximo Texto: Memória: Rompimento coroa mês ruim para Chávez Índice
|