São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Famílias e Sarkozy pedem recuo colombiano

Reuters/Presidência da Colômbia
Uribe, que prefere o resgate militar dos reféns da guerrilha


DA REDAÇÃO

Familiares de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), políticos e representantes civis lamentaram ontem a saída de Hugo Chávez do processo de negociação com o governo colombiano para a soltura dos seqüestrados. Marleny Orjuela, presidente da Asfamipaz -que reúne parentes de policiais e militares reféns- afirmou que está planejando um protesto na praça Bolívar, em Bogotá, para pedir a restauração da mediação do presidente venezuelano.
"Estou triste e decepcionada", disse Orjuela. "Não sabemos mais o que fazer. Acima das razões políticas está a vida dos reféns, e por isso pedimos ao presidente [colombiano, Álvaro Uribe] que reconsidere."
O pedido encontrou eco na França, onde o presidente, Nicolas Sarkozy, afirmou por meio de porta-voz que "Chávez é a melhor chance de assegurar a libertação de Ingrid Betancourt e dos demais reféns". Betancourt, política franco-colombiana seqüestrada há mais de cinco anos, é a principal razão do lobby de Sarkozy em prol da troca humanitária.
O presidente da Comissão de Política Exterior do Parlamento venezuelano, Saúl Ortega, culpou "setores militares e da guerrilha aos quais não convém a paz" pela derrocada da mediação. O professor Gustavo Moncayo, pai de um cabo do Exército seqüestrado há quase dez anos, disse que a decisão de Bogotá "foi um mau passo". Em 2006, Moncayo percorreu quase mil quilômetros a pé em campanha pela troca dos reféns por guerrilheiros presos.
Vários outros familiares opinaram contra a decisão na mídia colombiana. O filho da refém Gloria Polanco, Jaime Felipe Lozada, disse que Uribe pode ter sentido "ciúmes" do papel de Chávez no processo. Já Lucy de Gechem, mulher de um ex-congressista em poder das Farc, foi mais agressiva. "Já não se pode chamar a situação de um balde de água fria: é uma cusparada", afirmou.


Com agências internacionais


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