São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009 |
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Mercosul faz mal ao Uruguai, diz opositor
Candidato à sucessão presidencial uruguaia defende reformulação de bloco e questiona êxito econômico de atual governo esquerdista
THIAGO GUIMARÃES DA REPORTAGEM LOCAL Diferentemente das últimas eleições no Uruguai desde o fim da ditadura (1973-1985), a atual sucessão presidencial no país é ofuscada pelo êxito do presidente Tabaré Vázquez, aprovado por 70% da população. Embalada pelos altos preços de commodities e pelo fim da recessão de 1999-2002, a economia do Uruguai cresceu 29% sob Tabaré. O investimento externo subiu 140%, a dívida pública baixou de 67% a 49% do PIB, e pobreza, inflação e homicídios ficaram estáveis. Vencer esse retrospecto é a tarefa do opositor Luís Alberto Lacalle, 68, ex-presidente (1990-1995) que enfrenta o candidato de Vázquez, o ex-guerrilheiro e senador José Mujica, 75, no segundo turno do próximo dia 29. Com desvantagem de 7 a 10 pontos nas pesquisas, o candidato do Partido Nacional (centro-direita) subiu o tom na reta final da campanha, associando Mujica a um caso policial. Introdutor das reformas liberais dos anos 90 no país, diz que Tabaré pegou carona na bonança econômica mundial pré-crise. Em entrevista à Folha, Lacalle afirma que o Mercosul faz mal ao Uruguai e defende a "teoria do equilíbrio": sua vitória será um contrapeso ao Congresso dominado pela Frente Ampla de Mujica e Tabaré. FOLHA - Nos últimos anos a economia do Uruguai cresceu quase 30%,
a inflação se estabilizou. O presidente tem aprovação de 70%. Como
vencer o candidato do governo? FOLHA - O sr. mencionou o deficit
fiscal, mas sua principal proposta é
uma ampla baixa de impostos. FOLHA - Quais são os principais
problemas do Uruguai hoje? FOLHA - O sr. citou a insegurança,
porém a taxa de homicídios continua estável [5,8 por 100 mil, em
2007]. A segurança é um tema que
sumiu da campanha. FOLHA - O sr. defende a "teoria do
equilÍbrio": sua vitória equilibrará o
Congresso dominado pela Frente
Ampla. Mas o Congresso sob Tabaré
modificou 31% dos projetos do Executivo, contra 19% em seu governo. FOLHA - O sr. diz ter "suspeitas fundadas" sobre a origem política de
700 armas encontradas com o contador Saúl Feldman. Uma propaganda de seu partido reiterou suspeitas
contra Mujica. O sr. as mantém? FOLHA - Os vídeos de sua campanha no segundo turno, com discurso
emocional, têm tom diferente do informe do caso Feldman. É um reconhecimento de erro de estratégia? FOLHA - O sr. defende uma reforma do Mercosul. De que modo? FOLHA - Para vencer, o sr. necessita
conquistar apoio de parte dos eleitores da Frente Ampla. Como? |
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