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Escola que formou golpistas é alvo de protestos
DE WASHINGTON
Centenas de pessoas protestaram no sábado em frente ao
Instituto de Cooperação para a
Segurança Hemisférica (Whinsec, na sigla em inglês), entidade de formação de militares latino-americanos subordinada
ao Pentágono e baseada em
Fort Benning, no Estado americano da Geórgia. A manifestação foi organizada pela SOA
Watch e reuniu estudantes e
sobreviventes de torturas de
regimes militares da região.
A ocasião foram os 20 anos
do massacre de seis padres jesuítas espanhóis por militares
em El Salvador. No mesmo dia,
foi divulgada a indicação da
ONG e de seu fundador, padre
Roy Bourgeois, para concorrer
ao Prêmio Nobel da Paz de
2010 -dezenas de personalidades e instituições são indicadas
todos os anos por um grupo de
pessoas escolhidas pelo Parlamento norueguês; o premiado
de 2009 é Barack Obama.
A SOA Watch tira seu nome
das iniciais da School of Americas, a Escola das Américas, que
funcionou entre 1946 e 2001,
antecessora do Whinsec que
formou mais de 60 mil militares latino-americanos. Segundo a ONG, ali estudaram membros de pelo menos 11 regimes
militares na América Latina,
Brasil incluído.
Dois deles participaram do
golpe que derrubou o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, em 28 de junho último. São
o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vásquez, aluno
em 1976 e em 1984, segundo a
SOA, e o general Luis Prince
Suazo, comandante da Força
Aérea, que estudou lá em 1996.
Zelaya destituiu Vásquez do
cargo dias antes de ser derrubado, porque o militar se recusou
a cumprir ordem executiva para organização de enquete junto à população sobre mudança
na Constituição hondurenha. O
levantamento, segundo opositores de Zelaya, abriria caminho para sua reeleição, o que é
proibido pela atual Carta do
país. O militar foi restituído pelo Congresso após o golpe.
Bourgeois visitou Honduras
recentemente e fez denúncias
de casos de desrespeito a direitos humanos.
(SÉRGIO DÁVILA)
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