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Noticioso dos EUA mira bolivarianos
Voz da América, bancada por governo
americano, amplia presença na região
Pelo menos 17 jornalistas
latino-americanos já foram
treinados para o serviço em
Washington; porta-voz diz
que ideia é "ampliar diálogo"
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
A Voz da América, o serviço
noticioso internacional bancado pelo governo americano, está ampliando sua presença nos
chamados países bolivarianos,
comandados por líderes de esquerda que fazem do discurso
anti-EUA a base de sua política
externa. A prioridade, segundo
a direção do órgão, é a região
andina (Bolívia, Colômbia,
Equador, Peru e Venezuela) e a
América Central, principalmente Honduras e Nicarágua.
Nesse conjunto se encontram os críticos mais contundentes de Washington -o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e o nicaraguense Daniel Ortega- e os
dois principais aliados dos EUA
na região, o colombiano Álvaro
Uribe e o peruano Alan García.
Em Honduras, Manuel Zelaya
vinha se distanciando dos americanos até ser deposto por golpe em junho.
A decisão de aumentar o alcance veio depois de três membros do conselho que regula o
serviço terem visitado ambas
as regiões no meio do ano. A
Voz da América é controlada
pelo Board of Broadcasting Governors (BBG), que comanda
todos os serviços civis de transmissões internacionais do governo, como a Rádio e TV Martí, voltada para a população cubana, e a TV Al-Hurra, dirigida
ao Oriente Médio.
Seus oito membros, quatro
republicanos e quatro democratas, são indicados pelo presidente e tendem a ter um perfil
mais conservador. Na semana
passada, Barack Obama enviou
sua lista de indicados para
aprovação no Senado. Entre
eles está a jornalista Dana Perino, a última porta-voz do republicano George W. Bush.
Parte já dos novos esforços
de ampliação, 17 jornalistas
freelancers latino-americanos
foram levados a Washington no
mês passado para treinamento.
No próximo mês, outros jornalistas de Argentina, Bolívia, Panamá e Haiti começarão a ser
treinados sobre como cobrir a
epidemia da gripe A. "Temos de
contribuir para ampliar o diálogo", disse a porta-voz Joan Mower, ao "El Nuevo Herald".
A divisão de fala espanhola
da Voz da América conta hoje
com 21 funcionários e um orçamento para 2009 de US$ 3,1
milhões. A audiência nos cinco
países andinos mais Cuba, segundo Mower, é de 1,9 milhão
de adultos.
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