São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Lula quer "jogo da paz" no Oriente Médio

Ideia de partida entre seleção brasileira e um "time de israelenses e palestinos" agradou a Peres e Abbas, diz presidente

Brasileiro quer promover, em março, duelo de futebol semelhante a um realizado em 2004 para estimular o processo de paz do Haiti

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a ideia de um "jogo da paz" entre a seleção brasileira e "um combinado de Israel e Palestina [sic]". Lula discutiu a proposta com os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que visitaram o Brasil neste mês. "Os dois mostraram simpatia", disse o brasileiro.
Em agosto de 2004, a seleção goleou o Haiti por seis a zero jogando em Porto Príncipe, capital do país no qual o Brasil lidera uma missão de paz da ONU.
"Estou trabalhando com a ideia de fazer um jogo da paz, como fizemos no Haiti", disse Lula, que quer que a partida aconteça no começo de março. Está prevista viagem presidencial ao Oriente Médio entre 10 e 16 de março do ano que vem. Lula ressaltou que sua ideia depende de aval da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do calendário da seleção.
"É preciso encontrar um lugar neutro", disse o presidente, em tom de brincadeira, sobre o local do jogo. "Se derem colher de chá, até eu posso jogar de centroavante."
Lula disse que conversou sobre as tentativas de paz no Oriente Médio com Peres e Abbas e que falaria do tema com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que chega hoje a Brasília. A visita dos três mostraria "a diversidade das relações internacionais do Brasil".
Para o presidente, é importante avaliar quem está na direção oposta a paz para deixar de fora das negociações. "Precisamos detectar agora é quem não quer a paz, a quem interessa que não haja paz no Oriente Médio. Alguém está ganhando com isso. (...) E esse alguém precisamos colocar para escanteio", disse Lula.
Ahmadinejad vem ao Brasil com uma comitiva de 280 autoridades políticas e empresariais do país. É a primeira missão oficial de um chefe de Estado iraniano ao país em 50 anos.
Sua visita tem motivado protestos. Ontem, cerca de 300 pessoas se reuniram em Ipanema, zona sul do Rio, sacudindo bandeiras de Brasil e Israel e pedindo a Lula que não firme acordos com o Irã.
Anteontem, um avião sobrevoou a orla com uma faixa que exigia do presidente iraniano respeito aos direitos humanos.


Colaborou a SUCURSAL DO RIO


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