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Lula quer "jogo da paz" no Oriente Médio
Ideia de partida entre seleção brasileira e um "time de israelenses e palestinos" agradou a Peres e Abbas, diz presidente
Brasileiro quer promover, em março, duelo de futebol semelhante a um realizado em 2004 para estimular o processo de paz do Haiti
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a
ideia de um "jogo da paz" entre
a seleção brasileira e "um combinado de Israel e Palestina
[sic]". Lula discutiu a proposta
com os presidentes de Israel,
Shimon Peres, e da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, que visitaram o Brasil
neste mês. "Os dois mostraram
simpatia", disse o brasileiro.
Em agosto de 2004, a seleção
goleou o Haiti por seis a zero jogando em Porto Príncipe, capital do país no qual o Brasil lidera uma missão de paz da ONU.
"Estou trabalhando com a
ideia de fazer um jogo da paz,
como fizemos no Haiti", disse
Lula, que quer que a partida
aconteça no começo de março.
Está prevista viagem presidencial ao Oriente Médio entre 10 e
16 de março do ano que vem.
Lula ressaltou que sua ideia depende de aval da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
e do calendário da seleção.
"É preciso encontrar um lugar neutro", disse o presidente,
em tom de brincadeira, sobre o
local do jogo. "Se derem colher
de chá, até eu posso jogar de
centroavante."
Lula disse que conversou sobre as tentativas de paz no
Oriente Médio com Peres e Abbas e que falaria do tema com o
presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad, que chega hoje a
Brasília. A visita dos três mostraria "a diversidade das relações internacionais do Brasil".
Para o presidente, é importante avaliar quem está na direção oposta a paz para deixar de
fora das negociações. "Precisamos detectar agora é quem não
quer a paz, a quem interessa
que não haja paz no Oriente
Médio. Alguém está ganhando
com isso. (...) E esse alguém
precisamos colocar para escanteio", disse Lula.
Ahmadinejad vem ao Brasil
com uma comitiva de 280 autoridades políticas e empresariais
do país. É a primeira missão
oficial de um chefe de Estado
iraniano ao país em 50 anos.
Sua visita tem motivado protestos. Ontem, cerca de 300
pessoas se reuniram em Ipanema, zona sul do Rio, sacudindo
bandeiras de Brasil e Israel e
pedindo a Lula que não firme
acordos com o Irã.
Anteontem, um avião sobrevoou a orla com uma faixa que
exigia do presidente iraniano
respeito aos direitos humanos.
Colaborou a SUCURSAL DO RIO
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