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Rússia estende mandato presidencial
Aumento de 4 para 6 anos só depende da sanção de Medvedev e é visto como parte de manobra para Putin ter o cargo até 2021
Pela tese, presidente abriria mão do posto já em 2009 e convocaria nova eleição, na qual o hoje premiê poderia concorrer a novo mandato
Mikhail Klimentyev - 17.dez.08/Associated Press/RIA Novosti
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Medvedev (esq.) e Putin, em reunião nos arredores de Moscou; premiê já admitiu retorno à Presidência, mas apenas em 2012
DA REDAÇÃO
A câmara alta do Parlamento
russo (Conselho da Federação)
aprovou ontem, por unanimidade, a emenda constitucional
que amplia o mandato presidencial de 4 para 6 anos. A entrada em vigor da medida -nas
próximas eleições, previstas
para 2012- agora depende
apenas de uma protocolar sanção do presidente Dmitri Medvedev, autor da proposta.
O texto, apresentado no começo de novembro, já havia sido aprovado pela Duma (câmara baixa) em três leituras, pela
câmara alta em uma primeira
votação e pelo mínimo de dois
terços dos Legislativos dos 83
territórios e regiões que compõem a Federação Russa. Todos essas instâncias são, em sua
larga maioria, pró-Kremlin.
A medida -primeira emenda
à Constituição de 1993- é considerada por críticos e analistas
parte de uma manobra que beneficiaria o ex-presidente e
atual premiê Vladimir Putin
em um eventual retorno ao poder. Eleito em 2000 e 2004, Putin deixou a Presidência em
maio, quando expirou seu segundo mandato, e conseguiu
eleger o aliado Medvedev.
Segundo essa versão, o atual
presidente renunciaria ainda
em 2009, provocando a antecipação do pleito, no qual Putin
estaria desimpedido de concorrer devido ao interregno de meses entre o segundo e o terceiro
termo. Confirmada uma provável vitória, o premiê assumiria
com potenciais 12 anos de mandato, com término em 2021.
Em um programa anual de
televisão, realizado no começo
do mês, Putin não descartou
voltar à Presidência, mas só em
2012. Na ocasião, o premiê elogiou a extensão do mandato.
"Seis anos para o presidente em
um país tão complicado é plenamente justificável", afirmou.
Medvedev, porém, não negou nem admitiu a possibilidade quando indagado por jornalistas, no mês passado, sobre uma eventual renúncia. A
emenda prevê também a ampliação do mandato dos parlamentares de 4 para 5 anos.
Mas os planos de Putin e
Medvedev vêm enfrentando
um revés com a precipitação da
crise econômica global. Nos últimos dias, protestos têm sido
registrados em várias cidades
no leste do país devido ao anúncio de um aumento de tarifas de
importação de carros, que visa
preservar a indústria nacional.
Diplomacia
Ontem, o número um para
América Latina do Departamento de Estado dos EUA,
Thomas Shannon, reuniu-se
com representantes do governo russo em Moscou para discutir o recente aumento de interesse da Rússia na região.
Recentemente, Medvedev visitou Brasil, Cuba, Peru e Venezuela, além de ter promovido
exercícios navais com Caracas.
Para Shannon, o interesse russo é comercial, não ideológico.
Com agências internacionais
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