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China confirma destruição de um satélite já em órbita
Teste ocorreu no dia 11 e foi denunciado pelos EUA, que temem ameaça chinesa
Destruição se deu por míssil
que atingiu o alvo a 800 km
de altura, a mesma órbita
em que circulam os satélites
de espionagem americanos
DA REDAÇÃO
A China confirmou ontem
que no último dia 11 lançou em
direção ao espaço um míssil balístico de médio alcance que
destruiu um de seus antigos satélites meteorológicos.
A informação não surpreendeu os Estados Unidos, que se
vêm ameaçados em sua supremacia espacial e passam a temer que essa demonstração de
força represente um risco potencial a seus próprios satélites, sobretudo aos lançados para a espionagem militar.
O Pentágono havia detectado
o teste no momento em que ele
ocorreu, mas o manteve em sigilo, esperando que Pequim explicitasse suas intenções.
A informação foi então vazada na semana passada para a revista "Aviation Week", o que
provocou um debate no Japão,
Austrália e Reino Unido, em
que especialistas e responsáveis pelo primeiro escalão da
defesa sentiram-se ameaçados
pelo "aquecimento dos músculos dos chineses" e pela demonstração de controle dessa
tecnologia de destruição.
O último teste do gênero foi
praticado pelos Estados Unidos, em 1985. Ao lado da Rússia,
Washington constatara que, ao
destruir um alvo que colocou
em órbita, acabava por espalhar pelo espaço detritos que
poderiam em seguida danificar
satélites civis de outros países.
"Contra a militarização"
A confirmação de que Pequim entrara no páreo foi fornecida ontem pelo porta-voz
do Ministério das Relações Exteriores, Liu Jianchao. Ele afirmou que a China demonstrou
ser "responsável", ao alertar
Washington e Tóquio, mesmo
com atraso, de que o teste de
destruição havia ocorrido.
Também disse que seu país
"se opõe à militarização do espaço" e afirmou que o teste não
representa ameaça a terceiros.
No fim de semana os chineses já haviam se referido ao teste ao receberem Christopher
Hill, que dirige no Departamento de Estado o departamento asiático. Ele pediu que
"haja mais transparência" no
programa militar chinês, "para
evitar mal-entendidos".
A destruição do dia 11 ocorreu com um satélite em baixa
órbita, a 800 km de altitude.
Trata-se da mesma altura em
que circulam os satélites americanos de observação militar,
que fornecem imagens sobre
movimentações suspeitas em
países como a Coréia do Norte,
Afeganistão e Iraque.
Taiwan sentiu-se particularmente ameaçada, por acreditar
que, em caso de tensões com a
China continental, Pequim
inutilize o satélite americano
utilizado para sua proteção.
O Pentágono acredita que a
China gaste bem mais que os
US$ 35 bilhões anuais que declara como seu Orçamento de
defesa. Desde 1989 o país é objeto de um embargo de produtos militares ocidentais, mas
teve tempo e recursos para desenvolver tecnologia própria
na construção de mísseis, reatores nucleares e caças como o
Jian-10, com a mesma capacidade dos ocidentais.
Esse esforço armamentista
assusta sobretudo o Japão, que
se disse ontem "profundamente preocupado" e considerou
"insuficientes" as explicações
do porta-voz chinês.
Com agências internacionais
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