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Acusação de estupro contra o presidente de Israel é formalizada
Moshe Katsav terá última chance de defesa antes de abertura de processo
ERIC SILVER
DO "INDEPENDENT", EM JERUSALÉM
Moshe Katsav, presidente de
Israel, será denunciado pelo
suposto estupro e outros delitos sexuais contra quatro mulheres que trabalharam para
ele em seu atual cargo ou em
sua função anterior como ministro do Turismo, anunciou
ontem o procurador-geral do
país, Menachem Mazuz. Ele
também enfrenta acusações de
fraude, violação de confiança e
obstrução da Justiça.
O procurador anunciou ter
concluído que os indícios preliminares eram suficientes para
justificar uma denúncia. Mazuz decidiu ignorar as queixas
apresentadas por seis outras
mulheres. Se condenado por
estupro, Katsav, 61, pai de cinco
filhos, pode ser sentenciado a
até 16 anos de prisão.
Ele protestou inocência desde que a polícia iniciou as investigações, em julho do ano
passado. Seu advogado, David
Liba'i, deu a entender que o
presidente se afastaria do cargo
no período do julgamento.
A acusação de estupro foi feita por uma mulher que trabalhava para Katsav quando ele
foi ministro do Turismo, em
1998/9. Ele também é acusado
de uma série de delitos contra a
queixosa original, funcionária
do gabinete presidencial: usar
sua posição de superioridade
para obter sexo, agressão e assédio sexual. Há alegações de
que Katsav teria agredido e assediado duas outras integrantes de seu gabinete.
O presidente, nascido no Irã,
tem direito a uma audiência
diante das autoridades judiciais antes que a denúncia seja
aceita, mas Ran Cohen, parlamentar pelo partido Meretz, de
esquerda, disse na noite de ontem que "ele deveria renunciar
imediatamente, agora que humilhou a instituição da Presidência e o público do país".
O presidente israelense é
eleito pelo Parlamento e tem
função cerimonial. O mandato
de sete anos e a imunidade que
ele propicia a Katsav acabam
em julho. O escândalo envolvendo o presidente coincidiu
com uma crise política no país
-a popularidade do premiê
Ehud Olmert está em queda
desde a guerra com o grupo libanês Hizbollah, em julho.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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