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Protesto da oposição contra Chávez atrai pouco público
Oposicionistas pedem convocação de Constituinte
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A CARACAS
O primeiro protesto da oposição contra as recentes medidas anunciadas por Hugo Chávez reuniu ontem apenas algumas centenas de opositores no
centro de Caracas. Mais tarde,
uma comissão foi ao Parlamento entregar um documento exigindo a convocação de uma Assembléia Constituinte no lugar
da reforma constitucional
anunciada pelo presidente.
O público, reunido na praça
Morelos, era formado basicamente por pessoas de meia-idade e de classe média. Uma
marcha planejada para seguir
até a Assembléia acabou cancelada. A segurança, a cargo de
dezenas de policiais armados
com escudos transparentes, era
claramente desproporcional ao
tamanho da concentração. Não
houve registro de incidentes.
A concentração foi convocada por partidos que reúnem a
nova oposição venezuelana, como o Primeiro Justiça, do ex-deputado Julio Borges, e Um
Novo Tempo, do governador
Manuel Rosales, ex-candidato
presidencial da oposição, ausente ontem. Os partidos mais
tradicionais, AD (Ação Democrática e Copei (Partido Social-Cristão), que se revezaram no
poder de 1958 a 1994, ficaram
de fora.
No manifesto lançado,
"Diante da Ameaça do Socialismo Autoritário: Rebeldia Democrática", a oposição faz alusão à queda do ditador militar
Marcos Pérez Jiménez -que
ontem, 23 de janeiro, completou 49 anos- para condenar "o
caminho obscurantista de "socialismo ou morte'" de Chávez.
Mais tarde, uma comissão de
ex-parlamentares da oposição
foi à Assembléia Nacional entregar a proposta de eleger uma
nova Constituinte.
Todos os parlamentares
atualmente são governistas por
causa do boicote promovido
nas últimas eleições legislativas, em 2005, pelos partidos
oposicionistas, sob a acusação
de que o Conselho Nacional
Eleitoral favorece Chávez.
Adiamento
A Assembléia Nacional adiou
por uma semana a segunda votação da Lei Habilitante, prevista para ontem. Essa lei dará a
Chávez poder de emitir decretos com força de lei, sem necessidade de passar pelo Legislativo. O governo estima que haverá de 45 a 60 decretos desse tipo nos próximos 60 dias.
A presidente da Assembléia,
a governista Cilia Flores, disse
que o atraso servirá para "incorporar as propostas que estão surgindo das consultas públicas realizadas através do
parlamentarismo social de
rua".
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