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Sob rumor de renúncia, Prodi é aprovado pela Câmara
Premiê italiano enfrenta hoje voto de confiança no Senado, no qual o governo, que está na corda bamba, não tem mais maioria
DA REDAÇÃO
Como era esperado, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, obteve ontem o
voto de confiança em seu governo na Câmara dos Deputados. No entanto mantém-se a
dúvida sobre sua permanência
no poder, dado que hoje os senadores decidirão sobre a continuidade do governo de centro-esquerda eleito em 2006.
Antes da votação na Câmara
-onde a União, coalizão que
sustenta Prodi, triunfou com
326 votos a 275-, o premiê foi
chamado ao Palácio do Quirinale, sede da Presidência da
República, pelo presidente
Giorgio Napolitano. A convocação alimentou rumores de que
Napolitano pediu a Prodi que
reconsiderasse se submeter ao
escrutínio do Senado hoje, onde a pequena maioria que tinha
naufragou recentemente.
"É 100% certo que Romano
Prodi renunciará para evitar a
derrota no Senado", dizia ontem Gianfranco Fini, líder da
oposicionista Aliança Nacional
e ex-chanceler do governo Silvio Berlusconi. Mas, conta o
"Corriere della Sera", depois da
votação na Câmara vários ministros deram declarações afirmando que o premiê se submeteria hoje ao voto de confiança
da Câmara Alta.
O pedido de voto de confiança ao Parlamento foi feito anteontem por Prodi, após a
Udeur, partido dos democratas
cristãos, haver abandonado a
aliança de governo. Com a saída
dos três senadores da Udeur, a
pequena maioria de Prodi no
Senado -margem de dois assentos, segundo contagem
mais recente-, esvaiu-se.
No entanto, como essa maioria, embora sempre pequena,
nunca teve margem fixa, o governo trabalha nos bastidores
para obter votos ainda não confirmados de alguns senadores
-segundo relata o "Corriere".
Num dos cenários montados
pelo periódico italiano, Prodi
vence se obtiver o apoio de seis
dos sete senadores vitalícios e
se um senador da Casa da Liberdade, a aliança oposicionista de centro-direita, não comparecer à sessão -o político em
questão pode ser Guido Possa,
que passou recentemente por
uma cirurgia no joelho. Porém
seu partido, o Força Itália, diz
que ele estará lá. Tal vitória seria por 160 votos a 159.
Duas opções
Se de fato a União cair, o presidente Napolitano tem duas
opções: nomear um governo interino ou convocar eleições antecipadas, ainda para o primeiro semestre deste ano.
De modo geral, como pesquisas recentes de opinião mostram que a centro-direita venceria um pleito próximo, os políticos desse espectro clamam
por eleições já. Mas a nomeação de um governo interino não
está descartada, para que antes
de mais nada se aprovasse uma
reforma das leis eleitorais em
tramitação no Parlamento.
A atual legislatura italiana vigoraria até 2010.
Com agências internacionais
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