São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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Sob rumor de renúncia, Prodi é aprovado pela Câmara

Premiê italiano enfrenta hoje voto de confiança no Senado, no qual o governo, que está na corda bamba, não tem mais maioria

DA REDAÇÃO

Como era esperado, o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, obteve ontem o voto de confiança em seu governo na Câmara dos Deputados. No entanto mantém-se a dúvida sobre sua permanência no poder, dado que hoje os senadores decidirão sobre a continuidade do governo de centro-esquerda eleito em 2006.
Antes da votação na Câmara -onde a União, coalizão que sustenta Prodi, triunfou com 326 votos a 275-, o premiê foi chamado ao Palácio do Quirinale, sede da Presidência da República, pelo presidente Giorgio Napolitano. A convocação alimentou rumores de que Napolitano pediu a Prodi que reconsiderasse se submeter ao escrutínio do Senado hoje, onde a pequena maioria que tinha naufragou recentemente.
"É 100% certo que Romano Prodi renunciará para evitar a derrota no Senado", dizia ontem Gianfranco Fini, líder da oposicionista Aliança Nacional e ex-chanceler do governo Silvio Berlusconi. Mas, conta o "Corriere della Sera", depois da votação na Câmara vários ministros deram declarações afirmando que o premiê se submeteria hoje ao voto de confiança da Câmara Alta.
O pedido de voto de confiança ao Parlamento foi feito anteontem por Prodi, após a Udeur, partido dos democratas cristãos, haver abandonado a aliança de governo. Com a saída dos três senadores da Udeur, a pequena maioria de Prodi no Senado -margem de dois assentos, segundo contagem mais recente-, esvaiu-se.
No entanto, como essa maioria, embora sempre pequena, nunca teve margem fixa, o governo trabalha nos bastidores para obter votos ainda não confirmados de alguns senadores -segundo relata o "Corriere".
Num dos cenários montados pelo periódico italiano, Prodi vence se obtiver o apoio de seis dos sete senadores vitalícios e se um senador da Casa da Liberdade, a aliança oposicionista de centro-direita, não comparecer à sessão -o político em questão pode ser Guido Possa, que passou recentemente por uma cirurgia no joelho. Porém seu partido, o Força Itália, diz que ele estará lá. Tal vitória seria por 160 votos a 159.

Duas opções
Se de fato a União cair, o presidente Napolitano tem duas opções: nomear um governo interino ou convocar eleições antecipadas, ainda para o primeiro semestre deste ano.
De modo geral, como pesquisas recentes de opinião mostram que a centro-direita venceria um pleito próximo, os políticos desse espectro clamam por eleições já. Mas a nomeação de um governo interino não está descartada, para que antes de mais nada se aprovasse uma reforma das leis eleitorais em tramitação no Parlamento.
A atual legislatura italiana vigoraria até 2010.


Com agências internacionais


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