São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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WikiLeaks revela concessões palestinas

Documentos vazados retratam negociadores abrindo mão de importantes territórios de Jerusalém Oriental

Proposta de ceder quase todas as colônias e parte de distrito árabe para os israelenses prejudicaria futura capital palestina

Ahmad Gharabli/FrancePresse
Palestinos protestam em Sheikh Jarrah,um dos territórios que seria concedido a Israel

IAN BLACK
SEUMAS MILNE
DO "GUARDIAN"

Negociadores palestinos concordaram em segredo em permitir que Israel anexasse quase todos os assentamentos construídos na Jerusalém Oriental ocupada, em uma das concessões mais amplas já feitas em relação à cidade.
Os termos foram revelados em documentos do site WikiLeaks. Eles acabaram rejeitados pela então chanceler israelense, Tzipi Livni, que os julgou insuficientes.
Essas negociações, segundo os documentos, ocorreram em maio de 2008, meses antes do início da megaofensiva de Israel a Gaza que acabaria em 2009.
Na ocasião, Ahmed Qureia, o principal negociador palestino, propôs que Israel anexasse todos os assentamentos judaicos em Jerusalém à exceção de Har Homa e fez questão de destacar o significado da concessão.
"É a primeira vez na história em que fazemos tal proposta", teria afirmado.
"Nós nos recusamos a fazê-la em Camp David", disse, aludindo ao diálogo em que os dois lados chegaram mais perto de selar um acordo de paz, em 2000.
Para os palestinos, é impensável concordar em abrir mão ou mesmo trocar partes importantes da cidade que esperam ter como capital.
Os assentamentos são considerados ilegais pela lei internacional, e a anexação de Jerusalém Oriental por Israel em 1967 nunca foi reconhecida, embora tenha o apoio da maioria dos judeus israelenses, incluindo muitos dos favoráveis a uma retirada da Cisjordânia.
Os textos revelam ao menos mais duas concessões de líderes da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Eles teriam discutido, reservadamente, a hipótese de desistir do bairro de Sheikh Jarrah e de criar um comitê conjunto para gerir locais sagrados de Haram al Sharif/ Monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém.
Foi o debate sobre a tutela desses pontos, somado aos direitos dos refugiados, que afundou as negociações de Camp David.


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