|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA sabem pouco sobre o Irã, diz jornal
"Guardian" diz que inspetores da ONU não confirmaram indicações da CIA; Blair teme ação americana
DA REDAÇÃO
Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica
não conseguiram confirmar informações transmitidas pelos
serviços de inteligência dos
EUA sobre atividades ilícitas do
Irã. Eram quase sempre falsas
pistas, o que reforça a idéia de
que o governo Bush tateia numa questão para ele prioritária.
Detalhes sobre o grau de desinformação de Washington foram passados ao jornal britânico "The Guardian" por um informante anônimo, mas bem
situado na hierarquia da AIEA.
A questão está em pauta em
razão do descumprimento, pelo Irã, do prazo dado pelo Conselho de Segurança para que interrompesse o enriquecimento
de urânio. Relatório da AIEA
divulgado anteontem mostra
que, ao contrário, Teerã intensificou seu programa nuclear.
O "Guardian" diz que os serviços de inteligência dos EUA
entregaram à AIEA uma relação de locais em que os iranianos teriam laboratórios de
componentes de bombas atômicas. Os inspetores estiveram
nas instalações e não encontraram atividades suspeitas.
O informante também narra
o episódio de um laptop furtado pela CIA no Irã e que teria o
desenho para a construção de
uma ogiva nuclear. A AIEA interpelou os iranianos, que argumentaram ser uma farsa.
É provável que tenham razão, porque um programa militar secreto não passeia pelo
hard disk de um laptop, e também porque todas as anotações
estavam em inglês, com nenhuma palavra em persa.
Há pouco mais de um ano, no
livro "State of War" (estado de
guerra), o jornalista americano
James Risen, do "New York Times", argumentou que a CIA
havia perdido toda a sua rede
de espiões no Irã, em 2004, depois que, em Washington, uma
funcionária daquele serviço de
inteligência incluiu um agente
duplo como destinatário de
uma mensagem criptografada e
que identificava parte da rede.
Temor de Blair
O jornal "Times", de Londres, afirma que o primeiro-ministro britânico, Tony Blair,
teme que os radicais em Washington desencadeiem uma
operação militar contra o Irã e
que ele, preventivamente, procura se dissociar da iniciativa.
Ontem, o vice-presidente dos
EUA, Dick Cheney, disse em
uma entrevista à TV ABC que
"todas as opções estão na mesa" para resolver a questão.
Nesta segunda-feira os membros permanentes do Conselho
de Segurança reúnem-se em
Londres, em companhia da
Alemanha, para estudar novas
sanções ao regime islâmico.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Blair negocia abrigar arma antimíssil no Reino Unido Próximo Texto: Coréia do Norte: Chefe da agência de energia atômica vai a Pyongyang Índice
|