São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Mortes de americanos no Afeganistão superam mil

DA REDAÇÃO

A Guerra do Afeganistão já deixou 1.005 soldados americanos mortos, segundo contas do site independente Icasualties. org. A estimativa foi divulgada em meio a uma forte ofensiva da Otan para recuperar o bastião insurgente de Marjah, no sul afegão, e a uma nova estratégia de guerra delineada por Barack Obama, de enviar mais 30 mil soldados dos EUA para o conflito e iniciar sua retirada em 2011.
A maioria das mortes americanas -316- se concentra no ano passado, ante o recrudescimento da violência no Afeganistão. Também é elevado o número de mortes britânicas no conflito: 264 desde 2001.
O Pentágono, no entanto, contesta a contagem do Icasualties e diz que a cifra de americanos mortos no país é de 916. Para efeitos comparativos, a ofensiva no Iraque, iniciada em 2003, já matou 4.378 militares dos EUA. Já a Guerra do Vietnã (1959-75) deixou 58 mil americanos mortos.
Enquanto um elevado número de mortes militares pode voltar a opinião pública americana contra a guerra, as mortes de civis no Afeganistão, por sua vez, tendem a prejudicar o apoio da população local à ofensiva contra o Taleban.
Com isso em vista, o comandante da Otan (aliança militar ocidental) no país, general Stanley McChrystal, fez ontem um pronunciamento na TV afegã para se desculpar aos locais pela morte de ao menos 21 civis em ofensiva militar na véspera.
"Prometo reforçar nossos esforços para recuperar sua confiança e construir um futuro melhor para todos os afegãos", disse McChrystal, no discurso que foi traduzido para os idiomas pashtu e dari. "Estabeleci uma investigação para impedir que [o ataque a civis] se repita."
As mortes civis ocorreram durante ofensiva, em curso desde o dia 13, na cidade de Marjah, de onde Otan e Exército afegão querem expulsar o Taleban. Em aparente prova de resiliência, o grupo radical tem investido em atentados operados a partir de seus bastiões no leste e no norte do Afeganistão. Entre ontem e anteontem, houve três atentados em distintas partes do país, matando cerca de 30 pessoas.
Em paralelo, o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse que as mortes de civis servem de "lição" às tropas e que "todo o possível" está sendo feito para proteger a população.
Em outro discurso, Gates foi crítico à Otan, dizendo que a aliança vive crise, em parte por falta de verba e modernização de seus exércitos, e que isso transparece em conflitos não tradicionais, como o afegão.
Também ontem, o Paquistão anunciou a prisão de mais um líder do Taleban, mulá Abdul Kabir. O anúncio, elogiado pelos EUA como demonstração de colaboração paquistanesa, se segue às prisões recentes de três outros líderes insurgentes, incluindo o número 2 do grupo.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Saída do Iraque pode atrasar, admitem EUA
Próximo Texto: Lista de santuários israelenses irrita palestinos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.