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Argentina repele queixa dos EUA por Chávez
Kirchner, entretanto, não falou sobre repreensão
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
O governo argentino saiu em
peso a defender a "soberania"
do país após a queixa pública
feita pelos EUA à Argentina por
ter permitido a realização de
um ato anti-Bush com a presença do venezuelano Hugo
Chávez, em um estádio de futebol de Buenos Aires, exatamente durante a visita do presidente norte-americano, George W.
Bush, ao vizinho Uruguai. O
presidente Néstor Kirchner,
porém, nada falou.
O ministro do interior, Aníbal Fernández, disse que "a Argentina é um país soberano e livre". "Ocupem-se de si mesmos", declarou. Chefe de gabinete de Kirchner, Alberto Fernández afirmou que os EUA
"não devem se intrometer" nos
assuntos nacionais.
"A Argentina foi flexível com
o presidente Chávez, que decidiu fazer um ato no país com
seus seguidores, e não deve ser
objeto de opinião de um funcionário dos EUA nem de nenhum
país que tenha relações com a
Argentina", disse.
Anteontem, Nicholas Burns,
o número três na hierarquia do
Departamento de Estado dos
EUA, fez uma repreensão pública ao embaixador da Argentina em Washington. "Foi infeliz que este comício tenha
acontecido. É claro que Chávez
tem o direito de se expressar.
Mas naquele dia?", disse.
Jorge Taiana, chanceler argentino, disse considerar "surpreendente e inaceitável que se
qualifique como incorreta a
realização de um ato popular".
Em meio à polêmica, ontem,
em Buenos Aires, representantes de Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela se reuniram no Ministério da Economia para esboçar a
ata de constituição do Banco do
Sul. A entidade pretende financiar projetos regionais, independentemente do envolvimento de instituições como o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
Ele, não; ela, sim
Em visita ao Equador, a primeira-dama argentina, senadora Cristina Kirchner, possível candidata à Casa Rosada
nas eleições de outubro, referiu-se ontem à integração latino-americana e deu uma alfinetada nos EUA. "Em um contexto em que as relações são de
subordinação, nós devemos dar
exemplo de relações internacionais de complementação para o desenvolvimento e o crescimento", afirmou.
De Quito, onde se reuniu
com o presidente Rafael Correa, Cristina seguiu para Caracas. Além de discursar em fórum da comunidade judaica latino-americana, ela deve ser recebida pelo presidente Hugo
Chávez.
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