São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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Demanda palestina adia acordo de paz, afirma Netanyahu

Primeiro-ministro diz, em visita a Washington, que pedir o fim das obras judaicas em Jerusalém Oriental é "irracional"

Horas antes de encontro fechado de israelense com Obama, Jerusalém anuncia aprovação final a 20 das polêmicas construções


DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, voltou a desafiar os EUA ontem ao dizer que a atenção à exigência palestina para a retomada da negociação de paz, o fim das construções judaicas em Jerusalém Oriental, poderá estender o silêncio, que já dura 15 meses, em mais um ano.
"Não podemos ficar presos a uma demanda ilógica e irracional", disse, em seu segundo dia de visita a Washington.
Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado e condenam as colônias judaicas nas áreas que foram ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias (1967).
Netanyahu está em um cabo de guerra com os EUA por seu posicionamento há duas semanas. O problema começou com um anúncio de novas construções durante visita do vice-presidente Joe Biden. O ato não só constrangeu o americano como fez os palestinos recuarem da retomada do diálogo por vias indiretas -então o único avanço do governo Obama no tema.
Ontem, apenas horas antes de o premiê ser recebido no Congresso e na Casa Branca, a Prefeitura de Jerusalém anunciou a aprovação final para a construção de 20 dos novos apartamentos na região oriental da cidade, segundo o "Haaretz". A medida, porém, só foi anunciada após os encontros.
No Capitólio, Netanyahu se reuniu com líderes partidários empolgados. "Falamos a uma só voz quando o assunto é Israel", disse a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara. "Não temos um aliado mais forte que Israel", disse o republicano John Boehner, antes de admitir que o momento "é difícil" e pedir "diálogo aberto".
Por outro lado, o presidente Barack Obama segue distante da polêmica e recebeu Netanyahu longe da mídia, num ato incomum lido como indício de que ou o premiê não deu contrapartida às declarações confrontativas ou que elas foram consideradas insuficientes.
Na segunda-feira, em Washington, Netanyahu disse que "Jerusalém não é um assentamento", e sim "nossa capital".
Nabil Abu Rdainah, assessor da Autoridade Nacional Palestina, disse que Israel põe os esforços de paz "em risco". "Jerusalém Oriental é capital do Estado da Palestina, e esse é o único caminho para um acordo."

Caso Dubai
Em iniciativa rara, o Reino Unido expulsou ontem um diplomata israelense ainda não identificado. A razão foi a conclusão de que o país participou da falsificação dos passaportes britânicos usados no episódio do assassinato de um líder do Hamas em Dubai, em janeiro.
O chanceler britânico, David Miliband, disse que a alta qualidade da fraude denuncia a ação de um "serviço de inteligência estatal". O crime ainda é investigado, mas Dubai acusa o Mossad (espionagem de Israel).
Israel não confirma nem nega envolvimento. O chanceler Avigdor Liberman afirmou que Londres não possui evidências e lamentou a expulsão.

Com agências internacionais



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