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Demanda palestina adia acordo de paz, afirma Netanyahu
Primeiro-ministro diz, em visita a Washington, que pedir o fim das obras judaicas em Jerusalém Oriental é "irracional"
Horas antes de encontro fechado de israelense com Obama, Jerusalém anuncia aprovação final a 20 das polêmicas construções
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Binyamin
Netanyahu, voltou a desafiar os
EUA ontem ao dizer que a atenção à exigência palestina para a
retomada da negociação de paz,
o fim das construções judaicas
em Jerusalém Oriental, poderá
estender o silêncio, que já dura
15 meses, em mais um ano.
"Não podemos ficar presos a
uma demanda ilógica e irracional", disse, em seu segundo dia
de visita a Washington.
Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de
seu futuro Estado e condenam
as colônias judaicas nas áreas
que foram ocupadas durante a
Guerra dos Seis Dias (1967).
Netanyahu está em um cabo
de guerra com os EUA por seu
posicionamento há duas semanas. O problema começou com
um anúncio de novas construções durante visita do vice-presidente Joe Biden. O ato não só
constrangeu o americano como
fez os palestinos recuarem da
retomada do diálogo por vias
indiretas -então o único avanço do governo Obama no tema.
Ontem, apenas horas antes
de o premiê ser recebido no
Congresso e na Casa Branca, a
Prefeitura de Jerusalém anunciou a aprovação final para a
construção de 20 dos novos
apartamentos na região oriental da cidade, segundo o "Haaretz". A medida, porém, só foi
anunciada após os encontros.
No Capitólio, Netanyahu se
reuniu com líderes partidários
empolgados. "Falamos a uma
só voz quando o assunto é Israel", disse a democrata Nancy
Pelosi, presidente da Câmara.
"Não temos um aliado mais forte que Israel", disse o republicano John Boehner, antes de
admitir que o momento "é difícil" e pedir "diálogo aberto".
Por outro lado, o presidente
Barack Obama segue distante
da polêmica e recebeu Netanyahu longe da mídia, num ato
incomum lido como indício de
que ou o premiê não deu contrapartida às declarações confrontativas ou que elas foram
consideradas insuficientes.
Na segunda-feira, em Washington, Netanyahu disse que
"Jerusalém não é um assentamento", e sim "nossa capital".
Nabil Abu Rdainah, assessor
da Autoridade Nacional Palestina, disse que Israel põe os esforços de paz "em risco". "Jerusalém Oriental é capital do Estado da Palestina, e esse é o único caminho para um acordo."
Caso Dubai
Em iniciativa rara, o Reino
Unido expulsou ontem um diplomata israelense ainda não
identificado. A razão foi a conclusão de que o país participou
da falsificação dos passaportes
britânicos usados no episódio
do assassinato de um líder do
Hamas em Dubai, em janeiro.
O chanceler britânico, David
Miliband, disse que a alta qualidade da fraude denuncia a ação
de um "serviço de inteligência
estatal". O crime ainda é investigado, mas Dubai acusa o Mossad (espionagem de Israel).
Israel não confirma nem nega envolvimento. O chanceler
Avigdor Liberman afirmou que
Londres não possui evidências
e lamentou a expulsão.
Com agências internacionais
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