São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 2011

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Crise política deve empurrar país para FMI

PETER WISE
DO "FINANCIAL TIMES", EM LISBOA

O primeiro-ministro José Sócrates lutou incessantemente no palco internacional, no ano passado, em um esforço de convencer os mercados financeiros e os parceiros da União Europeia de que Portugal não precisava seguir a Grécia e a Irlanda na busca de um socorro da comunidade internacional.
No fim, a política doméstica e a oposição local se mostraram mais duras que as medidas de austeridade desenhadas para acalmar os investidores nervosos e os governos europeus. Foram eles que levaram à derrota do primeiro-ministro, em uma votação-chave no Parlamento.
A crise política, que forçou Sócrates a renunciar, criou incertezas sobre como Portugal vai avançar com suas medidas de redução do deficit. É esperado que empurre o país para um pedido de socorro financeiro da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Economistas disseram que a derrota do governo iria criar um grande dilema para os líderes europeus que se encontram hoje e amanhã para finalizar "a grande oportunidade" de escorar as economias periféricas endividadas da zona do euro.
Um relatório do banco alemão Commerzbank diz que a crise portuguesa mostrou que a nova rodada de medidas de redução do deficit nesses países vai ser mais difícil de ser implementada que a rodada de 2010.
As medidas de austeridade de Portugal foram elaboradas com a colaboração do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, como uma garantia adicional de que Lisboa iria chegar a sua meta fiscal.
Mas, depois de apoiar três pacotes de austeridade, o líder de centro-direita do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho, disse que não iria aprovar novas ações.
A responsabilidade de contornar o limbo político é do presidente conservador Aníbal Cavaco Silva.


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