São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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Em onda de repressão a mulheres, Irã prende 330 por trajes não ortodoxos

DA ASSOCIATED PRESS, EM TEERÃ

Com a chegada da primavera, a polícia iraniana lançou uma campanha de repressão às mulheres que não se cobrem o bastante em público, detendo cerca de 330 delas, acusadas de usar sobretudos apertados demais ou de permitirem que uma parte muito extensa dos cabelos ficasse visível por sob o véu.
A campanha foi a mais forte em quase duas décadas e gerou temores de que o presidente Mahmoud Ahmadinejad pretenda voltar a impor as severas restrições ao vestuário feminino que vigoravam durante o período inicial da Revolução Islâmica e foram relaxadas nos anos posteriores.
Mas a ofensiva poderia causar reações adversas, já que há muitos iranianos insatisfeitos com o presidente porque ele não conseguiu estimular a economia ou deter a alta descontrolada dos preços, e que culpam Ahmadinejad por causar o isolamento do Irã, devido à sua retórica feroz. A campanha de repressão iniciada há dois dias já irrita os moderados.
"O que eles estão fazendo é realmente insultuoso. Não se pode dizer às pessoas o que vestir. Eles não compreendem que o uso da força só gera ódio quanto a eles, e não amor", disse a universitária Elham Mohammadi, 23. O cabelo dela não estava oculto sob o lenço de cabeça branco e alaranjado que usava -infração que poderia atrair a atenção da polícia.
Os códigos de vestuário mais frouxos são um dos poucos ganhos remanescentes da era do predecessor de Ahmadinejad, Mohammad Khatami, que governou o Irã entre 1997 e 2005.
Nos anos Khatami, muitas mulheres, especialmente nas cidades, deixaram de lado o código de vestuário imposto depois da revolução de 1979 -véus que cobrem inteiramente os cabelos e casacos pesados ou um manto cinza ou negro que vai da cabeça aos pés, o chador.


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