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Em onda de repressão a mulheres, Irã prende 330 por trajes não ortodoxos
DA ASSOCIATED PRESS, EM TEERÃ
Com a chegada da primavera, a polícia iraniana lançou uma campanha de repressão às mulheres que não
se cobrem o bastante em público, detendo cerca de 330
delas, acusadas de usar sobretudos apertados demais
ou de permitirem que uma
parte muito extensa dos cabelos ficasse visível por sob o
véu.
A campanha foi a mais forte em quase duas décadas e
gerou temores de que o presidente Mahmoud Ahmadinejad pretenda voltar a impor as severas restrições ao
vestuário feminino que vigoravam durante o período inicial da Revolução Islâmica e
foram relaxadas nos anos
posteriores.
Mas a ofensiva poderia
causar reações adversas, já
que há muitos iranianos insatisfeitos com o presidente
porque ele não conseguiu estimular a economia ou deter
a alta descontrolada dos preços, e que culpam Ahmadinejad por causar o isolamento do Irã, devido à sua retórica feroz. A campanha de repressão iniciada há dois dias
já irrita os moderados.
"O que eles estão fazendo é
realmente insultuoso. Não
se pode dizer às pessoas o
que vestir. Eles não compreendem que o uso da força
só gera ódio quanto a eles, e
não amor", disse a universitária Elham Mohammadi,
23. O cabelo dela não estava
oculto sob o lenço de cabeça
branco e alaranjado que usava -infração que poderia
atrair a atenção da polícia.
Os códigos de vestuário
mais frouxos são um dos
poucos ganhos remanescentes da era do predecessor de
Ahmadinejad, Mohammad
Khatami, que governou o Irã
entre 1997 e 2005.
Nos anos Khatami, muitas
mulheres, especialmente
nas cidades, deixaram de lado o código de vestuário imposto depois da revolução de
1979 -véus que cobrem inteiramente os cabelos e casacos pesados ou um manto
cinza ou negro que vai da cabeça aos pés, o chador.
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