São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2007

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Governista vence pleito na Nigéria

Apoiado pelo presidente, Yar'Adua é eleito com o quádruplo de votos do segundo colocado, Buhari

Oposição rejeita votação e pede impeachment do presidente; UE, EUA e observadores nacionais afirmam que houve fraudes

DA REDAÇÃO

O candidato à Presidência nigeriana apoiado pelo governo, Umaru Yar'Adua, foi declarado ontem pela comissão eleitoral o vencedor das eleições de sábado -condenadas por observadores nacionais e internacionais e rejeitadas pela oposição.
Segundo a comissão eleitoral, Yar'Adua, do Partido Democrático do Povo (PDP), o mesmo do atual presidente do país, Olusegun Obasanjo, venceu com 24,6 milhões, ou 70% dos votos, bem à frente de seu maior rival, o ex-ditador militar Muhammadu Buhari, que teve 6,6 milhões. O ex-ditador contestou o resultado, afirmando que foi "fraudado", e conclamou o Parlamento a pedir o impeachment do presidente.
Observadores da União Européia (UE) afirmaram que faltou "transparência à eleição" e que houve "evidência significativa de fraude", além de claros episódios de violência.
"Essas eleições não corresponderam às expectativas do povo nigeriano e o processo não é digno de crédito", afirmou o chefe dos observadores da UE, Max van den Berg.
Os EUA afirmaram que a votação foi "falha". O Grupo Monitor de Transição, principal órgão a monitorar as eleições no país, pediu ontem a anulação do pleito.
Obasanjo reconheceu que as eleições não foram "perfeitas" mas pediu que os derrotados procurassem o tribunal para fazerem suas queixas. Yar'Adua, por sua vez, afirmou que as eleições foram legítimas e disse que "pretende convidar a oposição a se juntar" a ele "e trabalhar pelo país".
O presidente eleito é um professor universitário, muçulmano do norte do país e ex-governador de um Estado onde a lei islâmica é praticada.
Chamado de "marionete de Obasanjo", Yar'Adua deve seguir o programa do presidente atual -um cristão do sul- que inclui privatizações e rigorosa oposição à introdução das leis islâmicas em Estados não muçulmanos.
Ontem, o preço do petróleo voltou a subir devido ao receio de mais violência no país, principal produtor do combustível no continente africano.


Com agências internacionais


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