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Governista vence pleito na Nigéria
Apoiado pelo presidente, Yar'Adua é eleito com o quádruplo de votos do segundo colocado, Buhari
Oposição rejeita votação e pede impeachment do presidente; UE, EUA e observadores nacionais afirmam que houve fraudes
DA REDAÇÃO
O candidato à Presidência nigeriana apoiado pelo governo,
Umaru Yar'Adua, foi declarado
ontem pela comissão eleitoral o
vencedor das eleições de sábado -condenadas por observadores nacionais e internacionais e rejeitadas pela oposição.
Segundo a comissão eleitoral, Yar'Adua, do Partido Democrático do Povo (PDP), o
mesmo do atual presidente do
país, Olusegun Obasanjo, venceu com 24,6 milhões, ou 70%
dos votos, bem à frente de seu
maior rival, o ex-ditador militar
Muhammadu Buhari, que teve
6,6 milhões. O ex-ditador contestou o resultado, afirmando
que foi "fraudado", e conclamou o Parlamento a pedir o impeachment do presidente.
Observadores da União Européia (UE) afirmaram que faltou "transparência à eleição" e
que houve "evidência significativa de fraude", além de claros
episódios de violência.
"Essas eleições não corresponderam às expectativas do
povo nigeriano e o processo
não é digno de crédito", afirmou o chefe dos observadores
da UE, Max van den Berg.
Os EUA afirmaram que a votação foi "falha". O Grupo Monitor de Transição, principal
órgão a monitorar as eleições
no país, pediu ontem a anulação do pleito.
Obasanjo reconheceu que as
eleições não foram "perfeitas"
mas pediu que os derrotados
procurassem o tribunal para fazerem suas queixas. Yar'Adua,
por sua vez, afirmou que as eleições foram legítimas e disse
que "pretende convidar a oposição a se juntar" a ele "e trabalhar pelo país".
O presidente eleito é um professor universitário, muçulmano do norte do país e ex-governador de um Estado onde a lei
islâmica é praticada.
Chamado de "marionete de
Obasanjo", Yar'Adua deve seguir o programa do presidente
atual -um cristão do sul- que
inclui privatizações e rigorosa
oposição à introdução das leis
islâmicas em Estados não muçulmanos.
Ontem, o preço do petróleo
voltou a subir devido ao receio
de mais violência no país, principal produtor do combustível
no continente africano.
Com agências internacionais
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