São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008

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ARGENTINA

Justiça revela filiação de órfã da ditadura com DNA forçado

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Contra sua vontade, Evelyn Vázquez, 30, teve seu parentesco com pais desaparecidos na última ditadura argentina (1976-1983) revelado pela Justiça do país. A filiação foi revelada após o resultado de um teste de DNA com material de objetos apreendidos, a pedido da Justiça, na casa de Evelyn.
Ela se negava a extrair sangue para o teste de DNA, que poderia ser usado como prova contra seus pais de criação. A Justiça mandou então apreender em sua casa roupas íntimas e outros apetrechos pessoais. Esse é o terceiro caso em que a Justiça argentina revela a identidade de filhos de desaparecidos com métodos alternativos à coleta de sangue.
Segundo o teste, Evelyn é filha de Susana Pegoraro e Rubén Bauer, desaparecidos em 1977, e não do ex-oficial da Marinha Policarpio Vázquez e de sua mulher, Ana María Ferra, que a adotaram ilegalmente. "Entendo que queiram saber se sou sua neta porque me procuraram todos esses anos (...), mas têm que entender que eu tenho uma família que continuo amando", disse sobre o desejo de seus avós biológicos.
Segundo organizações pró-direitos humanos, cerca de 500 crianças nasceram em cativeiro na ditadura.


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