|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Irã ampliou processamento de urânio
Em relatório, agência atômica da ONU acusa país de dificultar inspeção de suas instalações nucleares
DA REDAÇÃO
Um novo relatório da Agência Internacional de Energia
Atômica, publicado ontem em
Viena, acusa o Irã de ignorar a
exigência da ONU para cessar o
enriquecimento de urânio e de
colocar obstáculos ao trabalho
dos inspetores da agência, encarregados de monitorar a evolução de seu programa nuclear.
Nas instalações de Natanz,
no centro do país, as únicas inteiramente abertas às inspeções, as atividades de enriquecimento foram incrementadas,
constatou a inspeção.
A tal ponto, afirma em relatório complementar a AIEA
-agência das Nações Unidas
para questões de proliferação
nuclear- que até o final de junho o Irã poderá dispor de
3.000 centrífugas, quantidade
que lhe permitiria enriquecer
urânio em escala industrial. O
país afirma visar a construção
de 54 mil centrífugas.
Por enquanto há 1.640 no
país, das quais cerca de 1.300 já
foram carregadas com o gás que
permite a produção do o combustível.
Reator de Arak
A agência aponta a má vontade do regime islâmico com relação a seus inspetores, sobretudo em Arak, onde está sendo
construído um novo reator de
água pesada. Ao ser ativado, em
meados da próxima década, ele
produzirá plutônio em meio ao
lixo atômico, o que é matéria-prima militar, a exemplo do
urânio altamente enriquecido.
O relatório, redigido pelo diretor da AIEA, Mohamed El
Baradei, que é Prêmio Nobel da
Paz, será enviado aos membros
do Conselho de Segurança, que
já votaram duas resoluções
contra o Irã.
A última fixava em 23 de
maio o prazo para que o país
cessasse as operações de enriquecimento.
O regime iraniano argumenta ter o direito de controlar o ciclo nuclear -da produção de
combustível à tecnologia de
reatores- para a produção de
eletricidade. Mas a comunidade internacional acredita que o
programa iraniano se destina à
produção de bombas, o que modificaria o atual quadro estratégico do Oriente Médio e colocaria o Estado de Israel sob constante ameaça.
No relatório de ontem, El Baradei afiram não ter condições
de afirmar que o programa nuclear iraniano "tem uma natureza exclusivamente pacífica".
Diplomatas disseram nesta
semana que os EUA apresentariam uma crítica formal contra
o egípcio por recentes declarações vistas por Washington como favoráveis ao Irã.
Ontem, um porta-voz da Casa Branca disse que o novo relatório "é uma lista de tópicos
que comprovam o desafio iraniano à comunidade internacional e demonstra o quanto os
dirigentes iranianos levam o
país ao isolamento".
Em Londres, o porta-voz do
primeiro-ministro Tony Blair
defendeu a escalada de sanções
a fim de conter o "comportamento arrogante" do governo
iraniano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Ex-presidente Carter também critica republicano, mas recua após ataque Próximo Texto: Americano é detido em Teerã Índice
|