São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Lula duvida de fraude, mas critica violência

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer, ontem, que acha muito difícil ter havido fraude nas eleições do Irã, mas defendeu que a Justiça iraniana interceda, ou governo e oposição entrem em acordo para frear a onda de violência.
O brasileiro repetiu seu argumento anterior, calcado na diferença apontada pela apuração entre os votos do presidente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad (62,7%), e os 33% do opositor reformista Mir Hossein Mousavi.
"Tenho conversado muito com Celso Amorim. Existem coisas quase inexplicáveis no Irã. Você tem uma eleição em que o cidadão tem 62% dos votos. Estamos acostumados aqui no Brasil a ter fraude eleitoral quando a diferença é de 1%, 0,5%, 2%. Mas de 62% a 33% não é possível, é difícil ter", disse Lula ontem, no Rio, no lançamento de um projeto para a revitalização da zona portuária.
O presidente responsabilizou, porém, as autoridades iranianas, por "vitimar" o povo nas ruas. "A oposição não se conforma. O resultado desse conflito são inocentes morrendo, o que é lamentável e inaceitável por parte de qualquer democrata do mundo. Então o que tem de acontecer agora é ou a Justiça iraniana ou a situação e a oposição sentarem, para parar com esse conflito. Ou se tem novas eleições, ou fica do jeito que está, mas o povo não pode continuar sendo vitimado pela irresponsabilidade dos agentes políticos."


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