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AMÉRICA LATINA
González Macchi diz que não concorda com tratamento dado a Oviedo, mas que respeita soberania brasileira
Presidente paraguaio critica ação brasileira
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O presidente do Paraguai, Luiz
González Macchi, manifestou sua
insatisfação com o governo brasileiro em razão da forma como está sendo tratado o ex-general Lino
Oviedo, exilado no país. ""Não estamos muito satisfeitos, não. Mas
o país (o Brasil) é soberano", afirmou Macchi, em entrevista coletiva à imprensa paraguaia.
A declaração presidencial confirma o desagrado que meios diplomáticos paraguaios já vinham
manifestando em relação à situação de Oviedo no Brasil. De acordo com o Paraguai, a atuação brasileira está sendo branda.
O ex-general, acusado no Paraguai de liderar tentativa de golpe
militar e de ser mandante do assassinato do vice-presidente Luis
María Argaña, em 1999, é suspeito
de ter liderado à distância, do Brasil, as manifestações contra o governo ocorridas recentemente em
todo o Paraguai, com a morte de
duas pessoas, ferimentos em 50 e
prisão de 290.
""Acredito que eles seguem analisando o desempenho desse senhor", completou o presidente
paraguaio, referindo-se ao fato de
Oviedo ter sido chamado pela
Justiça brasileira para esclarecer
sua participação nos protestos e
ser monitorado pela Polícia Federal. Para permanecer no Brasil,
Oviedo não pode se envolver em
política. Macchi disse que se reunirá hoje com o ministro das Relações Exteriores paraguaio, José
Antônio Rufinelli, e solicitará explicações sobre o caso. O presidente vai ""pedir informações
mais exatas" ao seu ministro.
A consulta a Rufinelli se dará
porque o chanceler esteve ontem
no Rio, onde participou de reunião preparatória para encontro
com a União Européia. De acordo
com Macchi, por estar no Brasil,
Rufinelli pode ter mais informações.
O governo paraguaio diz não ter
informações sobre a possibilidade
de Oviedo deixar o Brasil. Mesmo
assim, mantinha ontem a polícia e
o Exército em alerta.
Asilo
O ex-presidente da Bolívia Gonzálo Sánchez de Lozada (1993-1997), favorito para vencer o segundo turno indireto (no Congresso) da eleição presidencial,
pelo Congresso, no dia 4 de agosto, negou ter qualquer vínculo
com Oviedo. Ele disse ainda que
não pretende conceder asilo político ao ex-general caso vença as
eleições. Segundo reportagem da
Folha, Oviedo se diz amigo de
Sánchez de Lozada e considera a
hipótese de pedir asilo na Bolívia
se ele vencer a eleição.
Com agências internacionais
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