São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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NOTAS DO FRONT

por Marcelo Ninio e Michel Gawendo

DE VOLTA AO FUTURO
Nos prédios de Beirute as guerras se confundem. Muitas construções com vestígios de balas e foguetes da guerra civil (1975-1990) continuam em ruínas, como um monumento ao sofrimento dos libaneses no conflito. Nos distritos xiitas, principais alvos de Israel na capital, há sinais de novos e velhos bombardeios quase lado a lado.

TORNEIRA FECHADA
O conflito não interrompeu apenas o que vinha sendo considerado pelo setor turístico o melhor verão desde o fim da guerra civil. O "boom" da construção civil em Beirute também sofreu uma pausa forçada e os investidores estrangeiros já repensam seus projetos. E a agência Fitch rebaixou a classificação do país.

526 DIAS
Líder da reconstrução da capital, a "Paris do Oriente Médio", o ex-premiê Rafik Hariri, assassinado no ano passado, ainda é presença marcante na cidade. Além dos muitos cartazes em quase todos os setores de Beirute, um grande placar no local do atentado, no centro, marca os dias desde sua morte. Ontem, 526.

FUNDO KATYUSHA
O governo de Israel mantém um serviço de avaliação de danos materiais causados por foguetes Katyusha que atingem o país. O levantamento, que é feito por técnicos, aponta que, somente na cidade de Naharia, localizada a dez quilômetros da fronteira com o Líbano, até agora já são 500 as casas avariadas.

NOVO CÁRCERE
A imprensa israelense divulgou que o Exército está montando uma cadeia provisória para guerrilheiros do Hizbollah que sejam capturados em combate. O Exército divulgou ontem que dois haviam sido presos. Mas Israel tem pelo menos 13 corpos de terroristas, que têm valor como moeda de troca em negociações no Oriente Médio.

TRATAMENTO
Uma libanesa ferida por tropas israelenses em uma aldeia do sul do Líbano foi levada pelos soldados para a cidade de Tzfat, no norte de Israel. Ela está em estado grave, acompanhada por parentes. Eles não querem divulgar o nome dela porque temem retaliação contra outros familiares que ficaram no Líbano.

ESTRESSE
Um advogado que conduzia seu carro ontem pelas ruas da cidade israelense de Haifa teve que parar o veículo e procurar abrigo em razão da sirene de alerta que soa pela cidade antes da queda de foguetes Katyusha. "P*** que o pariu! De novo!" -disse o israelense, usando a expressão correspondente em hebraico e resumindo o sentimento dos moradores da cidade.



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