São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obama promete não pressionar governo de Israel

Em visita durante seu tour pelo Oriente Médio, democrata recua em posição sobre Jerusalém e diz temer programa nuclear do Irã

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Em visita que reforçou ontem seu alinhamento com Israel, o candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que não fará pressão sobre os líderes do país por concessões em acordos de paz que coloquem a segurança local em risco. Também afirmou que partilha da preocupação israelense de que o projeto nuclear do Irã tenha fim bélico -e não apenas energético, como diz Teerã.
Com foco no voto judeu, no eleitorado conservador que não simpatiza com o rival republicano John McCain e em fazer boa figura no papel de líder internacional respeitado- um dos pontos fracos de sua imagem perante os eleitores, segundo pesquisas de opinião- Obama declarou: "Não acho que, quando eles [os líderes israelenses] falaram comigo hoje, eles pensaram que eu os pressionaria a aceitar qualquer tipo de concessão [nas negociações de paz com os palestinos] que coloquem a segurança de Israel em risco".
Obama se encontrou com o premiê Ehud Olmert, com o presidente Shimon Perez e com o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. Também visitou o Yad Vashem, memorial às vítimas do holocausto, e a cidade de Sderot, alvo de ataques com foguetes disparados por militantes da faixa de Gaza.
Ainda ontem, se encontrou com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em reunião de uma hora que terminou em foto oficial com sorrisos e aperto de mão e promessa múltipla de buscar soluções pacíficas para a disputa territorial com Israel.
O democrata, muito criticado pela oposição ao defender o diálogo sem precondições com o Irã, afirmou que não será menos rigoroso que Israel e que o governo republicano de George W. Bush na relação com o país.
Afirmou que o projeto nuclear iraniano "é uma preocupação suprema para os Estados Unidos". "O mundo deve impedir o Irã de obter arma nuclear", declarou.
O candidato tentou amenizar sua posição sobre o destino de Jerusalém na disputa entre israelenses e palestinos, após ter dito em junho que a cidade deveria "ser a capital indivisível" do país para "preservar a identidade judaica" de Israel -algo defendido apenas pela direita israelense. Reivindicada como capital por Israel, Jerusalém também é exigida pelos palestinos em um eventual acordo. A parte oriental da cidade é habitada por árabes.
Já ontem, declarou que "Jerusalém deve ser a capital de Israel", mas que "essa é uma questão que deve ser acordada pelas partes envolvidas (...) e não é papel dos EUA ditar como esse acordo será fechado, mas preferivelmente apoiar os esforços que têm sido feitos".


Texto Anterior: Ingrid Betancourt: Ex-refém das Farc virá ao Brasil
Próximo Texto: Amor: Angela Merkel diz que não resistiria a massagem de Obama
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.