São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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DIPLOMACIA

Proposta brasileira foi rejeitada na semana passada pelo Grupo do Rio, que reúne 19 países latino-americanos

Lula e Lagos defendem maior aproximação com Cuba

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTIAGO DO CHILE

Se depender de Brasil e Chile, o Grupo do Rio se aproximará de Cuba, possibilitando a diminuição do isolamento atual do país caribenho. Foi o que disseram ontem, em Santiago (Chile), os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e chileno, Ricardo Lagos, em declaração oficial conjunta. O Grupo do Rio é formado por 19 países latino-americanos.
""Reafirmam [os presidentes] a plena validade do Grupo do Rio como mecanismo permanente de consulta e concertação política e de interlocução com outros Estados e grupos de países. Nesse sentido, recomendam a abertura de um diálogo do Grupo do Rio com Cuba", diz o texto da declaração.
O comunicado foi feito durante a primeira visita oficial do presidente brasileiro a seu colega chileno. Lula foi ao Chile para discutir as relações de comércio e estratégicas regionais.
Na semana passada, o Brasil sofrera uma derrota na reunião do Grupo do Rio em Brasília, ao ser vetada sua proposta de aproximação entre o grupo e Cuba. Segundo o chanceler Celso Amorim, alguns membros consideraram que o tema era sensível e que mais consultas seriam necessárias.
Durante o encontro, os presidentes falaram na importância de fortalecer a região, com uma participação mais efetiva do Chile no Mercosul. Em diversos momentos, Lula enfatizou a importância da democracia, com várias referências à ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1989).

Símbolo de uma geração
No Congresso, disse: "Se o Parlamento não consegue cumprir todas as expectativas criadas pela população, muito pior seria se não existisse o Parlamento".
Na prefeitura, ao ser recebido pelo prefeito conservador Joaquín Lavin (que deve ser candidato presidencial da direita em 2005 e já foi aliado de Pinochet), afirmou: ""Quero sempre poder voltar à cidade que é um símbolo para muitos brasileiros de minha geração As chaves de Santiago [que ele recebeu] representam, para nós, as chaves da liberdade. A liberdade de pensar. A liberdade de pensar e dizer. De concordar ou contestar".
Ao sair da prefeitura, os protagonistas de um programa de TV que costuma realizar ""pegadinhas" com personalidades públicas, pediram para Lula sambar e lhe ofereceram uma bola de futebol e uma garrafa de cachaça. Ele rejeitou.


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