São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Ex-chefe do FMI se livra de denúncia de estupro em NY

Caso é arquivado por falta de provas; Strauss-Kahn deve processar a camareira que o acusou de agressão sexual

Terremoto nos EUA impediu a devolução ao francês de seu passaporte, mas ele deve retornar a seu país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ex-diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn ficou livre da acusação de agressão sexual feita pela camareira Nafissatou Diallo.
O francês cogita processá-la por danos morais, segundo Benjamin Brafman, um de seus advogados.
O juiz Michael Obus, da Suprema Corte de Manhattan, aprovou o pedido de arquivamento feito anteontem pela promotoria. A denúncia envolvia sete crimes relacionados a tentativa de estupro.
William Taylor, que defendeu o francês, afirma que o passaporte de Strauss-Kahn será liberado hoje. Entregar o documento foi uma das condições para ele obter liberdade condicional.

PASSAPORTE
O passaporte deveria ter sido devolvido após a decisão do juiz, mas o terremoto de 5,8 graus na escala Richter que abalou Nova York ontem paralisou o sistema público.
Horas antes do anúncio, Obus negou a solicitação de um novo promotor para o caso. Anteontem, Kenneth Thompson, advogado de Nafissatou, pediu a substituição do promotor Cyrus Vance, dizendo que sua equipe não agia em prol da vítima.
Em um documento de 25 páginas, os promotores afirmam que não levariam o caso adiante porque faltam credibilidade à suposta vítima e evidências do crime.
Diallo mudou várias vezes a versão sobre o que teria acontecido após o incidente.
A promotoria afirma que no dia 7 de junho seus advogados alertaram que ela não estava sendo sincera sobre alguns fatos. Nos dias 8 e 9, Diallo passou por entrevistas e disse ter inventado um estupro na Guiné, seu país de origem. Ela alegou que havia contado a história ao pedir asilo aos EUA e que tinha medo de desmentir.
A polícia mostrou que ela não tinha mencionado o estupro ao pedir asilo.

CONTRADIÇÕES
Diallo dizia que, após a agressão, saiu do quarto, ficou no corredor e, após cuspir o sêmen de Strauss-Kahn, permaneceu no local até encontrar seu supervisor. No dia 28 de junho, mudou a versão: disse que foi limpar uma suíte e voltou ao quarto de Strauss-Kahn para terminar a faxina.
No dia 27 de julho, mudou novamente a história, e afirmou que ficou dando voltas no corredor do 28º andar.
A perícia comprovou que houve sexo, mas não pôde determinar se foi consensual. Durante o processo, um laudo da perícia que constatava o estupro vazou para a imprensa. Diallo tem 32 anos e imigrou para os EUA em 2002.
Strauss-Kahn deve voltar imediatamente para a França. Ele foi detido nos EUA no dia 14 de maio, quando a camareira fez a denúncia. Naquela tarde, foi retirado pela polícia de dentro de um avião que o levaria de volta a Paris. Dias depois, o francês renunciou ao cargo no FMI. Ele era o principal nome do Partido Socialista (PS) para concorrer às eleições do ano que vem na França, mas perdeu o prazo para se inscrever nas primárias por conta de seu processo nos EUA.
A sigla insinuou que poderá abrir uma brecha para incluir Strauss-Kahn na corrida eleitoral.


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