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Iraniano sugere que EUA planejaram 11/9
Discurso de Ahmadinejad faz as delegações americana e de outros países deixarem Assembleia Geral da ONU
Washington classifica
fala de "detestável'; presidente iraniano repete que não pretende aceitar "sanções ilegais"
Jason Szenes/Efe
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O presidente durante discurso na Assembleia Geral da ONU
ANDREA MURTA
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Após dias de passos conciliatórios com Washington, o
presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad, fez um discurso inflamado ontem na Assembleia Geral da ONU, no
qual criticou os EUA e até sugeriu que o país orquestrou o
11 de Setembro.
A fala fez com que a delegação americana deixasse o
plenário da sede da ONU no
meio do discurso. Representantes da União Europeia e
de Canadá, Nova Zelândia,
Austrália e Costa Rica também deixaram a sessão.
Mais tarde, os EUA qualificaram as declarações do iraniano de "detestáveis".
Boicotes do tipo já ocorreram em outras falas do presidente iraniano tanto na ONU
quanto em fóruns como a revisão do TNP (Tratado de Não
Proliferação), também em
Nova York, no mês de maio
deste ano.
Segundo Ahmadinejad,
há diferentes visões sobre as
forças responsáveis pelos
ataques às Torres Gêmeas,
em setembro de 2001, "que
afetaram o mundo todo por
quase uma década".
Uma delas é a de que "o
governo americano orquestrou o ataque para reverter o
declínio da economia e seu
poder no Oriente Médio -inclusive para proteger o regime sionista [Israel]".
Para o presidente, a maior
parte do público e dos políticos mesmo nos EUA acreditam nessa versão.
"Logo depois do ataque,
começou uma máquina de
propaganda. Ficou implícito
que o mundo todo está exposto a um enorme perigo
-o terrorismo- e que a única forma de salvar o mundo
seria enviar forças militares
para o Afeganistão."
Ahmadinejad pediu ainda
que um grupo da ONU investigasse melhor os ataques
contra os EUA.
Não foi a única provocação clara a Washington, pouco depois de gestos pacíficos
como a libertação de uma
americana presa há mais de
um ano no Irã.
Falando sobre seu programa nuclear, Ahmadinejad
disse que os países do Conselho de Segurança da ONU
equiparam a busca de energia com a de uma bomba, e
que Teerã jamais se submeterá a "sanções ilegais".
Os americanos foram os
que mais pressionaram pela
adoção de nova resolução
para punir Teerã neste ano.
Ahmadinejad ainda elogiou esforços de Brasil e Turquia para mediar um acordo
de troca de combustível nuclear. O acordo, ignorado pelos EUA, teve base em negociações feitas com potências
ocidentais no ano passado,
em Genebra.
Ahmadinejad não fez nenhuma menção ao aceno feito anteontem, em Nova York,
pelo grupo conhecido como
P5+1 (que reúne EUA, França, Rússia, Reino Unido, China e Alemanha) para retomar
a negociação nuclear com
seu país, inclusive com a revisão dos acordos de troca de
urânio.
Preferiu mencionar ameaças de queima do Alcorão, livro sagrado do islã, como as
feitas nos EUA por um pastor
evangélico da Flórida, que
acabou recuando.
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