UOL


São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VENEZUELA

Segundo analistas, presidente busca enfraquecer esforços da oposição

Chávez aumenta salários e benefícios

DA REDAÇÃO

Diante da forte possibilidade da realização de um referendo que pode afastá-lo do cargo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vem aumentando salários, prêmios e benefícios do funcionalismo, dos militares e dos pobres -numa tentativa de manter-se no poder-, segundo disseram ontem analistas políticos.
O referendo poderá ocorrer no final de março de 2004 se a oposição conseguir coletar assinaturas suficientes no mês que vem. Mas o presidente e seus inimigos já estão numa batalha aberta em busca da simpatia dos 12 milhões de eleitores venezuelanos.
"O Natal chegou mais cedo!", declarou Chávez, sorridente, anteontem, anunciando um aumento de salários e de benefícios para o funcionalismo público e para os militares. Milhões de dólares serão necessários para pagar a conta, estimam os analistas.
Num programa de TV, ele elogiou novos projetos governamentais nas áreas da saúde e da educação, destinados às camadas mais pobres da população venezuelana. Para aplicar seus planos, ele deverá receber ajuda de Cuba.
"O homem [Chávez] está fazendo uma forte campanha e gastando dinheiro à vontade", disse Robert Bottome, da empresa de consultoria VenEconomy, à agência de notícias Reuters.
Chávez, eleito pela primeira vez em 1998, busca o apoio da opinião pública, já que pesquisas recentes mostraram que a maioria dos venezuelanos estaria disposta a tirá-lo do governo se o referendo fosse realizado. De acordo com o presidente, as pesquisas são manipuladas pela oposição.

Crise diplomática
As já complicadas relações entre os EUA e a Venezuela voltaram a ficar tensas após uma denúncia de que a CIA (agência de inteligência dos EUA) está envolvida em um plano de desestabilização do governo venezuelano.
O embaixador dos EUA em Caracas, Charles Shapiro, afirmou, porém, que a acusação "carece de fundamento", não sendo verdadeira. Deputados chavistas acusaram a CIA de participar de um suposto plano para preparar ações terroristas em Caracas.
Segundo os deputados, a CIA planeja atuar ao lado de setores radicais da oposição entre 28 de novembro e 2 de dezembro, quando os opositores deverão realizar a coleta das assinaturas pró-referendo.


Com agências internacionais


Texto Anterior: América Latina: Cai outro ministro do Supremo argentino
Próximo Texto: Panorâmica - EUA: Senado vota fim de fundo contra viagens a Cuba
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.