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Turistas são salvos após navio colidir na Antártida
Barco operado por empresa canadense chocou-se com bloco de gelo e afundou
Embarcação que partiu de Ushuaia levava 154 pessoas, que foram resgatadas antes do afundamento; cruzeiro custou em média US$ 12 mil
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
Os passageiros de um cruzeiro precisaram ser resgatados
após o navio no qual viajavam
se chocar com um bloco de gelo
na Antártida no início da madrugada de ontem. O MS Explorer transportava 154 pessoas -91 turistas, 9 guias turísticos e 54 tripulantes, entre os
quais não havia brasileiros- e
acabou afundando mais tarde.
Ninguém ficou ferido.
O acidente ocorreu à 0h50
(1h50 de Brasília), cerca de 120
km ao norte da península Antártica, perto das ilhas Shetland
do Sul e 850 km ao sudeste de
Ushuaia (Argentina), de onde
zarpou no último dia 11. "Estávamos passando pelo gelo, como sempre. Mas desta vez batemos em algo e tivemos um vazamento", disse Peter Svensson, imediato do MS Explorer.
Cerca de 90 minutos após o
acidente, o comandante decidiu esvaziar o navio. Passageiros e tripulantes ocuparam 14
botes salva-vidas e esperaram o
resgate, que chegou às 6h50,
por meio de outro navio de cruzeiro, o norueguês Nordnorge.
"A água começou a entrar por
um buraco do tamanho de um
punho, mas as bombas mantiveram o navio seco por um bom
tempo, o que permitiu uma remoção tranqüila", disse Susan
Hayes, da canadense GAP Adventures, organizadora do tour.
No fim da tarde de ontem,
apesar dos esforços do Exército
chileno para evitá-lo, o Explorer afundou, deixando uma
mancha de petróleo no local -
havia oito toneladas de combustível no barco.
Falhas
Segundo o capitão do Nordnorge, apesar da longa exposição à baixa temperatura, nenhum resgatado sofreu hipotermia. A embarcação levou os
tripulantes para a base antártica chilena Eduardo Frei, de onde elas seguirão hoje de avião
para Punta Arenas, no Chile.
O MS Explorer foi construído em 1969 e recondicionado
para viagens por águas polares
em 1993. Foi adquirido pela
GAP em 2004 e, desde então,
faz cruzeiros na Antártida.
Segundo a publicação marítima "Lloyds List", o Explorer tinha apresentado cinco falhas
de segurança na última inspeção, incluindo as comportas
principais, que foram qualificadas como inadequadas. A GAP,
porém, negou problemas.
O cruzeiro de ontem tinha
duração prevista de 19 dias.
Após deixar Ushuaia, esteve
nas Ilhas Falkland (Malvinas) e
seguiria pelo estreito de Drake
à costa antártica. A maioria dos
turistas era de europeus, americanos e canadenses. Ao preço
médio de US$ 12 mil, a GAP tinha novos cruzeiros previstos
com o mesmo navio para 17 de
dezembro e 22 de janeiro.
O negócio de cruzeiros na
Antártida vem crescendo muito nos últimos anos. Na última
temporada, segundo a Associação Internacional de Operadores de Turismo da Antártida, 55
embarcações fizeram mais de
200 viagens pela região, transportando 37,5 mil turistas, 29%
a mais do que no ano anterior.
Embora os navios que fazem
esse trajeto sejam preparados,
o risco de acidente é grande devido aos icebergs e "growlers"
(grandes pedras de gelo quase
inteiramente submersas), sobretudo no verão. Por conta do
aquecimento global, a península Antártica é a região do continente que mais desprende gelo.
Com agências internacionais
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