DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A visita do presidente do Irã provocou ontem protestos em Brasília. O primeiro ocorreu no Itamaraty, local do encontro entre Lula e Ahmadinejad, com cerca de cem pessoas. O segundo foi em frente ao Congresso e teve dez manifestantes.
No Itamaraty, a maioria contrária à presença de Mahmoud Ahmadinejad foi engrossada por alguns simpatizantes do iraniano e até por uma meia dúzia de ex-militares em busca de reparação por terem sido dispensados das Forças Armadas.
Não houve confronto. Apenas alguns bate-bocas. O único momento de tensão foi quando o grupo contrário ao iraniano invadiu a avenida da Esplanada dos Ministérios e bloqueou o trânsito por alguns minutos. Seguranças da Presidência e policiais militares não tiveram trabalho para liberar a pista.
O iraniano foi recebido aos gritos de "um, dois, três, quatro, cinco mil, Ahmadinejad saia fora do Brasil". Seguranças e a cavalaria do Distrito Federal isolaram a comitiva dos protestos.
A maioria das faixas era contrária ao iraniano: "Você acha que o programa nuclear do Irã é para fins pacíficos?", "O sr. Ahmadinejad nega o Holocausto! Aqui não!" e "No Irã apedrejam as mulheres. Aqui não", diziam.
Do lado a favor do iraniano também havia faixas. Uma dizia: "Todo apoio à luta anti-imperialista do presidente Ahmadinejad pela paz mundial".
Entre os manifestantes no Congresso estavam Bem Abrahan, 85 anos, presidente da associação brasileira dos sobreviventes do nazismo, e sua esposa, Miriam Nekrycz, 77, que criticaram o governo e o Congresso por receberem o iraniano.
Em Porto Alegre, outro protesto contra a visita reuniu cerca de cem pessoas. (EDUARDO SCOLESE E MARIA CLARA CABRAL)
Colaborou a Agência Folha

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