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Indígenas equatorianos ameaçam com rebelião
Eles querem decisão do Congresso sobre referendo
DA REDAÇÃO
O movimento indígena equatoriano ameaçou se rebelar caso o Congresso não decida antes do fim de semana se o referendo sobre a convocação de
uma Assembléia Constituinte é
legal. Cinco organizações sociais e o movimento Aliança
País, do presidente Rafael Correa, anunciaram protestos.
A consulta popular foi um
dos temas principais da campanha de Correa, que tomou posse há dez dias, e é apoiada por
mais de 75% dos cidadãos, segundo pesquisa. O Congresso
tem apenas 13% de aprovação.
Protestos iniciados pelos indígenas equatorianos, que somam cerca de 35% da população equatoriana, foram responsáveis pela queda de dois presidentes nos últimos dez anos.
A decisão sobre a legalidade
do referendo deveria ter sido
tomada anteontem durante
uma sessão do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), que no
Equador é formado por sete indicados dos partidos políticos.
A sessão foi interrompida
após dezenas de manifestantes
entrarem na sala pedindo a
aprovação da consulta. Após o
episódio, quatro integrantes do
TSE -dentre eles Jorge Acosta,
ex-advogado do ex-presidente
Lucio Gutiérrez, rival de Correa- se reuniram e decidiram
passar a tarefa ao Congresso.
A medida gerou descontentamento em boa parte da população, em alguns membros do
TSE e em Correa.
"Enviamos essa consulta e
esperamos uma resposta nos
prazos previstos pela lei", disse
Correa, acrescentando que, se
não obtiver resposta, entenderá como "silêncio administrativo", que "significa a aprovação
da proposta". Segundo o regulamento, o TSE tem até o dia 31
de janeiro para se pronunciar.
O Congresso não estabeleceu
um prazo para a decisão.
O vice de Correa, Lenin Moreno, afirmou que o governo
pode criar um "TSE especial"
para tramitar o referendo.
Para o conselheiro do TSE
Hernán Rivadeneira, o que está
por trás do enviar do pedido de
convocação do referendo ao
Congresso é a pressão de integrantes do TSE para que seja
votada a devolução dos direitos
políticos a Lucio Gutiérrez, cassado em 2005.
Segundo o jornal "El Comercio", os representantes no tribunal de partidos de esquerda
se recusaram a devolver os direitos políticos a Gutiérrez. A
condição era essencial para que
Acosta, membro do Sociedade
Patriótica, partido de Gutiérrez, votasse pela consulta.
Com agências internacionais
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