São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Índice

Israel recebe repórter com desconfiança

DO ENVIADO À FAIXA DE GAZA

A recepção de Israel a jornalistas estrangeiros e integrantes de órgãos de ajuda humanitária, após a trégua na faixa de Gaza, é com muitas perguntas, desconfiança, chá de cadeira e até o pedido de uma "forcinha" na cobertura. O país tornou ainda mais severas as já rígidas medidas de segurança locais.
No aeroporto de Tel Aviv, uma jovem agente quis saber a opinião do repórter sobre a ofensiva e o que escreveria. Indagou se vinha "falar mal" de Israel, "como a maioria dos jornalistas, que não falam dos foguetes do Hamas". "Este é um grande país", disse, com sorriso orgulhoso, a moça de origem espanhola.
O discurso não se restringe aos órgãos de segurança; em uma manhã em Tel Aviv, o repórter ouviu três pessoas na rua dizerem o mesmo.
Um vendedor, após ajudar a resolver um problema, pediu, sorrindo, como "contrapartida": "Fale bem do nosso país!" A funcionária dos Correios fez o mesmo.
Os agentes exigem o maior número possível de credenciais comprovando a atividade e documentos pessoais. Ao desembarcar, jornalistas e assistentes humanitários são separados dos demais passageiros para entrevistas particulares.
O repórter da Folha foi mandado a uma sala com TV, assim que informou o propósito da viagem. Foi entrevistado três vezes, por duas agentes; teve de dizer o nome do avô paterno, o telefone e o endereço no Brasil e informar todos e-mails. A espera total, entre as cadeiras da salinha e as entrevistas, durou 2h15. A liberação veio após checarem, pelo Google, o nome em reportagens.
A sessão foi precedida por um pente-fino, perguntas, "pegadinhas" e checagens no aeroporto do Cairo. (RG)


Texto Anterior: Ajuda humanitária enfrenta obstáculos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.