São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Novo Parlamento de Israel assume frente a incerteza

Indefinição sobre gabinete de Netanyahu persiste

DA REDAÇÃO

O novo Parlamento de Israel, eleito no último dia 10, foi empossado ontem em meio à indefinição sobre a composição do futuro gabinete, que será liderado pelo direitista Binyamin Netanyahu. O presidente Shimon Peres exortou os parlamentares a concluírem as negociações de paz com os palestinos até o final da legislatura.
O apelo de Peres foi direcionado a um Parlamento mais à direita do que o antecessor e mais refratário às negociações nos termos correntes -que preveem formar um Estado palestino e concessões territoriais, além de colocarem em xeque as colônias na Cisjordânia.
"As negociações de paz devem continuar até um acordo ser alcançado. [A opção de Israel] será entre a fácil inação e concessões dolorosas", disse.
Com 65 dos 120 assentos do Knesset (o Parlamento unicameral), os partidos de direita que compõem a base de apoio do linha-dura Netanyahu se opõem às concessões territoriais e defendem a expansão dos assentamentos.
O centrista Kadima, do atual premiê Ehud Olmert e da chanceler Tzipi Livni, obteve 28 assentos, um a mais que o Likud de Netanyahu. Mas após consultas com os partidos, Peres incumbiu o ex-premiê Netanyahu (1996-99) de formar o governo por possuir maior apoio.
A indefinição fica por conta do desejo do direitista de formar um gabinete com Livni, que já afirmou discordar em muitos pontos do futuro premiê. Netanyahu tem até o dia 3 de abril para convencê-la. Do contrário formará uma coalizão só com partidos de direita.
"Nós respondemos ao fogo com fogo, mas o fim da violência deve ser obtido por meio de negociações", disse o presidente, em referência à ofensiva israelense à faixa de Gaza concluída em 18 de janeiro, que deixou mais de 1.300 mortos palestinos e 13 israelenses.
Do lado palestino, está prevista para hoje, no Cairo (Egito), nova rodada de negociações entre o Hamas, grupo radical islâmico que governa Gaza, e o Fatah, partido laico que preside a Autoridade Nacional Palestina e cujo poder se restringe à Cisjordânia. O Fatah anunciou ontem a libertação de 43 membros do Hamas em gesto de boa vontade.
Hamas e Fatah romperam em junho de 2007, quando o grupo islâmico, vitorioso nas eleições legislativas de janeiro de 2006, expulsou o rival de Gaza após discordâncias sobre o controle da polícia e a formação do gabinete. Israel, EUA e União Europeia não reconhecem o Hamas como interlocutor legítimo nas negociações.

Enviados dos EUA
O enviado especial do governo de Barack Obama ao Oriente Médio, George Mitchell, embarcou ontem para sua segunda viagem à região. O roteiro inclui Turquia, Emirados Árabes, Egito, Israel e Cisjordânia.
Anteontem a secretária de Estado Hillary Clinton nomeou o diplomata Dennis Ross como seu conselheiro para o sudoeste asiático e o golfo Pérsico, área que incluirá o Irã. Ross era cotado para ser o enviado especial para o país. No novo cargo, no entanto, o veterano negociador -tido como próximo a Israel- se reportará a Hillary, e não ao presidente.


Com agências internacionais


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