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Novo Parlamento de Israel assume frente a incerteza
Indefinição sobre gabinete de Netanyahu persiste
DA REDAÇÃO
O novo Parlamento de Israel,
eleito no último dia 10, foi empossado ontem em meio à indefinição sobre a composição do
futuro gabinete, que será liderado pelo direitista Binyamin
Netanyahu. O presidente Shimon Peres exortou os parlamentares a concluírem as negociações de paz com os palestinos até o final da legislatura.
O apelo de Peres foi direcionado a um Parlamento mais à
direita do que o antecessor e
mais refratário às negociações
nos termos correntes -que
preveem formar um Estado palestino e concessões territoriais, além de colocarem em xeque as colônias na Cisjordânia.
"As negociações de paz devem continuar até um acordo
ser alcançado. [A opção de Israel] será entre a fácil inação e
concessões dolorosas", disse.
Com 65 dos 120 assentos do
Knesset (o Parlamento unicameral), os partidos de direita
que compõem a base de apoio
do linha-dura Netanyahu se
opõem às concessões territoriais e defendem a expansão
dos assentamentos.
O centrista Kadima, do atual
premiê Ehud Olmert e da chanceler Tzipi Livni, obteve 28 assentos, um a mais que o Likud
de Netanyahu. Mas após consultas com os partidos, Peres
incumbiu o ex-premiê Netanyahu (1996-99) de formar o governo por possuir maior apoio.
A indefinição fica por conta
do desejo do direitista de formar um gabinete com Livni,
que já afirmou discordar em
muitos pontos do futuro premiê. Netanyahu tem até o dia 3
de abril para convencê-la. Do
contrário formará uma coalizão só com partidos de direita.
"Nós respondemos ao fogo
com fogo, mas o fim da violência deve ser obtido por meio de
negociações", disse o presidente, em referência à ofensiva israelense à faixa de Gaza concluída em 18 de janeiro, que
deixou mais de 1.300 mortos
palestinos e 13 israelenses.
Do lado palestino, está prevista para hoje, no Cairo (Egito), nova rodada de negociações entre o Hamas, grupo radical islâmico que governa Gaza, e o Fatah, partido laico que
preside a Autoridade Nacional
Palestina e cujo poder se restringe à Cisjordânia. O Fatah
anunciou ontem a libertação de
43 membros do Hamas em gesto de boa vontade.
Hamas e Fatah romperam
em junho de 2007, quando o
grupo islâmico, vitorioso nas
eleições legislativas de janeiro
de 2006, expulsou o rival de
Gaza após discordâncias sobre
o controle da polícia e a formação do gabinete. Israel, EUA e
União Europeia não reconhecem o Hamas como interlocutor legítimo nas negociações.
Enviados dos EUA
O enviado especial do governo de Barack Obama ao Oriente
Médio, George Mitchell, embarcou ontem para sua segunda viagem à região. O roteiro inclui Turquia, Emirados Árabes,
Egito, Israel e Cisjordânia.
Anteontem a secretária de
Estado Hillary Clinton nomeou o diplomata Dennis Ross
como seu conselheiro para o
sudoeste asiático e o golfo Pérsico, área que incluirá o Irã.
Ross era cotado para ser o enviado especial para o país. No
novo cargo, no entanto, o veterano negociador -tido como
próximo a Israel- se reportará
a Hillary, e não ao presidente.
Com agências internacionais
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