|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Londres minimiza apoio regional à Argentina
Respaldo dá mais repercussão a reclamações de Buenos Aires sobre Malvinas, mas não faz que elas sejam efetivas, diz Reino Unido
Chanceler argentino se reúne com secretário-geral da ONU para reiterar queixas contra decisão britânica de buscar petróleo nas ilhas
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
O Reino Unido minimizou
ontem o apoio regional obtido
pela Argentina em seus protestos contra a exploração de petróleo pelos britânicos na região das ilhas Malvinas, cuja soberania é reivindicada pelos
dois países.
"Estamos habituados a ver os
países da América Latina serem porta-vozes da Argentina,
como um ato de solidariedade
regional", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior
britânico.
Anteontem, os governantes
de 32 países da região, reunidos
em cúpula no México, apoiaram os protestos da Argentina.
O porta-voz do governo britânico reconheceu que o respaldo
ofereceu "mais munição" ao
chanceler argentino, Jorge
Taiana, no encontro que ele
manteve ontem à noite com o
secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, em Nova York.
"Mas o fato de haver mais
gente assistindo [aos protestos]
não significa que eles terão
mais efeito", afirmou o representante britânico.
Taiana fez declarações enfáticas após o encontro com Ban,
a quem pediu "bons ofícios",
para convencer o Reino Unido
a negociar a questão.
"Vamos defender nossos direitos com todos os meios que
nos proporcionam a diplomacia e o direito internacional",
afirmou o chanceler.
A Argentina argumenta que o
Reino Unido, que tem assento
permanente no Conselho de
Segurança da ONU, fere a resolução do organismo que veta
atitudes unilaterais por parte
dos países relacionadas à área
em disputa.
A premissa foi abraçada pelo
presidente Lula, que salientou
anteontem o apoio brasileiro à
Argentina nessa questão.
O Reino Unido nega atropelo
ao direito internacional, porque não reconhece como legítima a reivindicação de soberania da Argentina sobre as ilhas.
No entanto, a defesa da soberania foi acrescentada à Constituição da Argentina após a
Guerra das Malvinas (1982),
em que os argentinos tentaram
ocupar o território e foram vencidos pela resistência britânica.
A atual estratégia do governo
argentino envolve, além da
conquista de apoio internacional para forçar o Reino Unido a
negociar, atitudes que dificultem e encareçam a operação de
prospecção pelos britânicos.
Por decreto, a presidente
Cristina Kirchner impôs limitações ao tráfego pelas águas
argentinas de embarcações
com destino às Malvinas. A Casa Rosada anunciou também
que estuda sanções às empresas que tomem parte das atividades exploratórias.
"É mais um ato que afeta recursos naturais não renováveis.
Esta decisão britânica ilegal
afeta o patrimônio dos argentinos e suas gerações futuras",
disse ontem Taiana.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frases Índice
|