UOL


São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Annan quer acelerar ajuda a Basra

DE NOVA YORK

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ontem em Nova York que a cidade iraquiana de Basra pode estar enfrentando um "desastre humanitário".
"Ouvi um relatório da Cruz Vermelha dizendo que a população de Basra não tem água nem eletricidade", afirmou ele.
Com 2 milhões de habitantes, Basra, a segunda maior cidade do Iraque, é palco de confrontos entre tropas da aliança anglo-americana e de forças leais ao ditador Saddam Hussein.
Segundo anunciou em Genebra o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a principal estação de tratamento de água de Basra está desativada desde sexta por falta de energia elétrica. As demais estações da cidade podem atender apenas a 40% da demanda.
"Acho que medidas urgentes têm que ser tomadas", disse Annan. "Uma cidade deste tamanho não pode ficar sem eletricidade e água por muito tempo. Pode-se imaginar o que acontece com o saneamento básico."
A declaração de Annan é a mais importante manifestação da ONU sobre preocupações humanitárias no Iraque desde o início dos ataques americanos.
Ela foi dada três dias após o embaixador do Iraque na ONU, Mohamed al-Douri, ter criticado a atuação de Annan na guerra.
Em resposta, ontem, o secretário-geral disse que "compreende" as reclamações do país.
Annan disse ainda que a ONU pretende retomar suas ações de ajuda humanitária ao Iraque assim que possível -os funcionários da entidade foram retirados do país com o início da guerra- e citou especificamente o programa que troca petróleo exportado pelos iraquianos por comida para alimentar a população local.
Segundo ele, a entidade planeja retomar as inspeções sobre o programa militar iraquiano. Mas no caso de uma vitória americana, isso dependeria de negociações com o governo Bush, que não aceitou os relatórios dos inspetores antes da guerra.
Um dia após a TV iraquiana divulgar imagens de americanos mortos ou sob prisão, Annan aproveitou ainda para pedir aos dois lados que respeitem as normas humanitárias de conflitos. "Prisioneiros de guerra têm que ser tratados humanamente. Ambos os lados têm responsabilidade de assegurar isso." (RD)


Texto Anterior: País espera mais mortos mas mantém apoio
Próximo Texto: ONU pede verba para refugiados da guerra
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.