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Annan quer acelerar ajuda a Basra
DE NOVA YORK
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ontem em Nova
York que a cidade iraquiana de
Basra pode estar enfrentando um
"desastre humanitário".
"Ouvi um relatório da Cruz
Vermelha dizendo que a população de Basra não tem água nem
eletricidade", afirmou ele.
Com 2 milhões de habitantes,
Basra, a segunda maior cidade do
Iraque, é palco de confrontos entre tropas da aliança anglo-americana e de forças leais ao ditador
Saddam Hussein.
Segundo anunciou em Genebra
o Comitê Internacional da Cruz
Vermelha, a principal estação de
tratamento de água de Basra está
desativada desde sexta por falta
de energia elétrica. As demais estações da cidade podem atender
apenas a 40% da demanda.
"Acho que medidas urgentes
têm que ser tomadas", disse Annan. "Uma cidade deste tamanho
não pode ficar sem eletricidade e
água por muito tempo. Pode-se
imaginar o que acontece com o
saneamento básico."
A declaração de Annan é a mais
importante manifestação da
ONU sobre preocupações humanitárias no Iraque desde o início
dos ataques americanos.
Ela foi dada três dias após o embaixador do Iraque na ONU, Mohamed al-Douri, ter criticado a
atuação de Annan na guerra.
Em resposta, ontem, o secretário-geral disse que "compreende"
as reclamações do país.
Annan disse ainda que a ONU
pretende retomar suas ações de
ajuda humanitária ao Iraque assim que possível -os funcionários da entidade foram retirados
do país com o início da guerra- e
citou especificamente o programa
que troca petróleo exportado pelos iraquianos por comida para
alimentar a população local.
Segundo ele, a entidade planeja
retomar as inspeções sobre o programa militar iraquiano. Mas no
caso de uma vitória americana, isso dependeria de negociações
com o governo Bush, que não
aceitou os relatórios dos inspetores antes da guerra.
Um dia após a TV iraquiana divulgar imagens de americanos
mortos ou sob prisão, Annan
aproveitou ainda para pedir aos
dois lados que respeitem as normas humanitárias de conflitos.
"Prisioneiros de guerra têm que
ser tratados humanamente. Ambos os lados têm responsabilidade
de assegurar isso."
(RD)
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