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SUCESSÃO NOS EUA / DISPUTA DEMOCRATA
Hillary quer Greenspan de volta; Obama discorda
Rivais democratas mantêm onda de ataques mútuos após descanso na Páscoa
Analista diz que candidato republicano pode ser maior beneficiário da troca de acusações; John McCain
lidera simulação de voto
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Os presidenciáveis Hillary
Clinton e Barack Obama voltaram do domingo de Páscoa,
quando ambos suspenderam
suas campanhas, com disposição para manter acesa a troca
de acusações na disputa pela
indicação do candidato do Partido Democrata à presidência.
Ontem, as farpas vieram dele
contra o discurso em que a senadora propôs medidas para
atenuar os efeitos da crise econômica no país. O porta-voz de
Obama colocou em xeque as falas da candidata.
No discurso, de manhã, Hillary defendeu a criação de um
comitê de emergência para gerir a crise, trazendo de volta ao
governo nomes como o ex-presidente do Fed (o BC americano) Alan Greenspan. Também
defendeu um fundo de US$ 30
bilhões (mesmo valor da linha
de crédito aberta na semana
passada para o banco JPMorgan adquirir o Bear Stearns)
para ajudar os 9 milhões de
americanos que correm risco
de perder suas casas por não terem como pagar hipotecas.
"Na semana passada, nós vimos ações inéditas para manter
a confiança em nosso mercado
de crédito frente à crise dos
bancos de Wall Street. É hora
agora de ações igualmente
agressivas para ajudar famílias
a evitar execuções de hipotecas", disse Hillary, em discurso
na Universidade da Pensilvânia, Estado que promove primárias no dia 22 de abril.
O porta-voz de Obama, Bill
Bourton, disse que o comando
de crise não deve ter "as mesmas pessoas que criaram esses
problemas", referindo-se em
especial a Greenspan. Atacou
também os laços de Hillary
Clinton com grandes companhias -"mais claramente mostradas no dinheiro que levantou com elas por meio de comitês de arrecadação e lobistas".
"Obama tenta fortemente
desconstruir a experiência,
trunfo de Hillary, mas isso pode
ser perigoso para ele, que mostra que sabe que ela ainda é
uma forte candidata", afirma
Thomas Patterson, analista político de Harvard. "Os dois candidatos estão usando a mesma
estratégia: quando um ganha
espaço na mídia, o outro corre
para ganhar também. Isso pode
desgastar o Partido Democrata
e acabar sendo ruim para os
dois", diz Patterson.
O candidato republicano,
John McCain, que já garantiu a
indicação do seu partido, está à
frente de Hillary e de Obama na
média das pesquisas que simulam a intenção de voto em 4 de
novembro.
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