São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011

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Portugal precisa de 75 bi, diz BC europeu

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O agravamento da crise econômica e política não convenceu o governo de Portugal a aceitar socorro oferecido pelos vizinhos.
Em reunião de cúpula dos líderes da União Europeia ontem, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Juncker, disse que o país deve precisar de uma injeção de € 75 bilhões (R$ 175 bilhões) para contornar os elevados endividamento e deficit públicos.
O banqueiro disse que a ajuda não pode ser forçada. Ressaltou que o país precisa oficializar o pedido.
A renúncia do premiê José Sócrates anteontem e o veto do Parlamento português ao pacote de corte de gastos para tentar reduzir o deficit dominaram as discussões em encontro de líderes europeus iniciado ontem.
A cúpula foi convocada justamente para desenhar um pacote para estancar a crise da dívida na zona do euro, que já tinha até recebido o nome de Pacto do Euro.
Com a queda do governo, o porta-voz do Conselho de Ministros de Portugal (equivalente à Casa Civil), Pedro Dilva Pereira, anunciou que o país vai lutar contra a possibilidade de recorrer ao socorro financeiro.
Temem-se a exigência de cortes muito severos e a perda de soberania nacional. "A ajuda internacional teria sérias consequências para a nossa economia", afirmou.

REBAIXAMENTO
O socorro calculado pelo presidente do BCE para Portugal é menor do que o oferecido para a Grécia, de € 100 bilhões, e para a Irlanda, de € 85 bilhões.
Para o mercado financeiro, no entanto, será inevitável uma ajuda a Portugal. Os investidores exigiram ontem juros recordes para comprar títulos da dívida pública.
Uma emissão de títulos com vencimento em dez anos foi feita com juros de 7,7% ao ano. É um valor elevado se comparado com os títulos emitidos no início da semana, de 8% para papéis que vencem na metade do prazo. Quanto mais longa a vida do título, menor deve ser a taxa.
A agência de classificação de risco Fitch também decidiu rebaixar a nota do país. Isso significa que os investidores receberam um alerta de que aumentaram as chances de Portugal deixar de pagar aos seus investidores.
O alerta, apesar de duro, ainda manteve Portugal no clube de países considerados grau de investimento, ou seja, os mais seguros do mundo do ponto de vista financeiro.


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