São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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Otan ataca a Iugoslávia com mísseis; país promete resistir

France Presse
Imagem de TV mostra danos causados a instalação sérvia por míssil da Otan (aliança ocidental)


das agências internacionais


Forças dos EUA e de países europeus bombardearam ontem a Iugoslávia, dando início à maior operação militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A ação começou à 20h (16h, horário de Brasília), quando anoitecia na região. Alvos militares no país foram atingidos por mísseis americanos Tomahawk, disparados de aviões e navios.
O ataque acontece em represália à recusa de Belgrado em aceitar um acordo de paz para a Província separatista iugoslava de Kosovo. O conflito na região já matou mais de 2.000 pessoas e trouxe uma onda de refugiados à Europa.
Segundo fontes iugoslavas, houve vários mortos, incluindo civis parentes de militares. Mas não havia, até a noite de ontem, um balanço oficial de vítimas.
A operação contra a Iugoslávia é coordenada pela Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA).
O presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, disse, em pronunciamento pela TV, que o país vai resistir à ofensiva. Este foi o primeiro ataque aéreo contra a Iugoslávia desde os bombardeios aliados durante a ocupação nazista.
Pouco depois de iniciado o ataque, o presidente dos EUA, Bill Clinton, também discursou, dizendo que "só a firmeza pode evitar agora uma catástrofe maior no futuro".
A principal reação contra a ofensiva partiu da Rússia, aliada da Iugoslávia. "O mundo deve deter Clinton", afirmou o presidente Boris Ieltsin, pouco antes do ataque.
Para o governo russo, a ação vai desestabilizar ainda mais a região. Moscou suspendeu a colaboração com a Otan e ameaçou tomar "medidas militares".


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