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"EIXO DO MAL"
Segundo funcionários do governo dos EUA, Pyongyang teria afirmado em reunião que possui bombas atômicas
Coréia do Norte diz ter armas nucleares
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte afirmou aos
EUA durante reuniões em Pequim nesta semana que tem armas nucleares e que a decisão de
testá-las, exportá-las ou usá-las
dependerá das ações de Washington, disseram ontem funcionários
do governo americano.
Segundo um alto funcionário
dos EUA que não quis se identificar, a afirmação foi feita pelo delegado norte-coreano às reuniões
na China, Ri Gun, ao subsecretário de Estado dos EUA James
Kelly em um evento social anteontem. Kelly não teria respondido ao comentário de Ri.
A fonte afirmou ainda que Ri
afirmara mais cedo que a Coréia
do Norte reprocessou todas as
8.000 varetas usadas de combustível nuclear que possuía. Se isso for
verdade, a Coréia do Norte poderia estar muito próxima de produzir seis ou oito novas armas nucleares, além das duas que a CIA
acredita que o país já tenha.
Segundo a fonte, avaliações da
CIA indicam que o reprocessamento ainda não começou. A discrepância, afirmou, sugere que ou
Ri está mentindo ou a CIA subestimou enormemente Pyongyang.
O caso pode aumentar dramaticamente as tensões na península
Coreana e na Ásia por causa da
possibilidade de a Coréia do Norte usar armas nucleares para
ameaçar a Coréia do Sul, o Japão,
a China e outros países.
Outra fonte do governo americano disse, contudo, que relatos
na imprensa de que a Coréia do
Norte teria ameaçado testar armas nucleares eram exagerados.
"Eles nunca usaram a palavra teste -ainda estamos traduzindo
[as declarações], mas elas estão
sendo um pouco exageradas."
A admissão ocorreu durante
reuniões em Pequim entre funcionários dos governos dos EUA,
da Coréia do Norte e da China em
Pequim. Washington esperava
que elas pudessem ser um primeiro passo na direção do término
por Pyongyang de um programa
nuclear secreto que funcionários
do governo dos EUA disseram ter
sido revelado em outubro.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, afirmou em uma entrevista ao canal de TV NBC que a
Coréia do Norte "retornou ao velho jogo da chantagem", disse a
agência France Presse. "Isso nos
dá a oportunidade de dizer aos
norte-coreanos que não nos deixaremos ameaçar."
O secretário de Estado americano, Colin Powell, dissera mais cedo que os EUA não se intimidariam por "declarações belicosas"
ou ameaças de Pyongyang.
Segundo Powell, os EUA querem uma solução diplomática,
mas Washington não descartou
nenhuma opção -ou seja, em
linguagem diplomática, uma ação
militar não foi descartada.
"Os norte-coreanos não devem
deixar as reuniões em Pequim,
agora que elas foram concluídas,
com nem mesmo a mais ligeira
impressão de que os EUA e seus
parceiros serão intimidados por
declarações belicosas ou ameaças", disse ele, durante o Conselho
Ásia-Pacífico, em Washington.
"Não descartamos nenhuma
opção, mas o presidente permanece convencido de que uma solução pacífica pode ser encontrada", disse Powell. "Não podemos
permitir que a península se torne
nuclear. A Coréia do Norte também precisa entender que não seremos ameaçados, que não responderemos a ameaças."
"Buscamos uma forma de avançar que elimine a ameaça e coloque a Coréia do Norte em um caminho para um futuro melhor",
acrescentou o secretário.
Não ficou claro se autoridades
dos EUA, da China e da Coréia do
Norte se encontrariam hoje.
A Coréia do Norte afirmara que
os EUA deveriam renunciar à sua
intenção "hostil" antes de discussões sobre o desmantelamento de
seu programa nuclear.
"Os EUA devem mostrar sua
vontade política de dar uma guinada ousada em sua política hostil em relação à Coréia do Norte",
disse a agência estatal norte-coreana. "Essa é a chave mestra para
tornar as reuniões frutíferas."
Com agências internacionais
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