DA REDAÇÃO

Um atentado triplo no resort egípcio de Dahab, no Sinai, matou ontem ao menos 23 pessoas e feriu mais de 60 outras, segundo o governo do Egito. Fontes dos serviços de resgate e de segurança disseram que o saldo de mortos é de ao menos 30.
As explosões atingiram um restaurante, um café e um supermercado no centro da cidade no início da noite, de acordo com o Ministério do Interior egípcio, e ocorreram em pequenos intervalos, afirmou a polícia. Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
O chefe do serviço de resgate da península do Sinai, Said Essa, disse que o hotel El Khaleeg também foi atingido, com 18 mortos apenas nesse local, mas essa informação não foi confirmada oficialmente.
O resort de Dahab é popular entre mochileiros e bastante freqüentado por turistas israelenses, atraídos pelo mergulho.
Autoridades estimam que o resort estivesse cheio, já que os egípcios celebravam ontem o feriado prolongado de Páscoa no calendário ortodoxo, que neste ano coincidiu com a comemoração de Shem al Nessim, o primeiro dia da primavera.
O Ministério do Interior informou que ao menos três estrangeiros estão entre os mortos -que incluem um russo, um suíço e um bebê alemão.
O embaixador de Israel no Cairo, Shalom Cohen, disse desconhecer a existência de israelenses mortos nos ataques.
O ditador do Egito, Hosni Mubarak, disse que os explosões foram um "ato terrorista pecaminoso" e que os responsáveis serão castigados.
O presidente dos EUA, George W. Bush condenou as explosões. "Hoje vemos novamente que os terroristas estão dispostos a definir o mundo à maneira que eles querem vê-lo", disse Bush. "Asseguro o inimigo disso: vamos continuar na ofensiva, não vamos hesitar, não vamos nos cansar, vamos levá-los à Justiça."
O governo palestino do grupo terrorista Hamas também condenou o ataque. "Nosso governo condena firmemente esse ato criminoso, que vai contra a nossa religião, quebra a segurança nacional palestina e é contrário a nossos interesses", disse o porta-voz do governo, Ghazi Hamad.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi na mesma linha: "É um ato criminoso que golpeia cegamente a civis e que é contrário à nossa religião".
O atentado triplo em Dahab ocorre um dia depois da divulgação de uma fita de áudio atribuída a Osama bin Laden em que o líder da Al Qaeda alerta que cidadãos ocidentais são alvos legítimos de atos terroristas devido a seu apoio a governos que promovem uma cruzada contra o Islã.
O ataque foi o terceiro de uma série contra alvos turísticos egípcios desde outubro de 2004, quando explosões no hotel Hilton de Taba e em outros dois resorts mataram ao menos 34 pessoas.
Em julho do ano passado, o alvo foi o balneário de Sharm el Sheikh, no mar Vermelho, em que foram mortas ao menos 88 pessoas -o maior atentado terrorista no Egito desde 1981. Nas duas ocasiões, as explosões coincidiram com feriados.