São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Cerca de 4.000 visitam corpo de Ieltsin em Moscou

Morto anteontem, presidente será enterrado hoje

DA REDAÇÃO

Centenas de pessoas prestaram homenagens ontem ao presidente russo Boris Ieltsin, morto anteontem, aos 76 anos. Segundo autoridades russas, até o fim da tarde aproximadamente 4.000 pessoas haviam passado pelo velório de Ieltsin, que se realizava na catedral do Cristo Salvador, em Moscou.
Primeiro presidente russo da era pós-comunista e um dos artífices da derrubada do antigo regime soviético, Ieltsin morreu de insuficiência cardiovascular. Seu corpo foi levado à nave da catedral cuja reconstrução ele ordenou -o templo havia sido demolido pelos soviéticos- e era guardado por soldados enquanto a fila que vinha de fora passava pelo caixão, envolto em uma bandeira russa. Algumas pessoas, a maioria adultos e idosos, deixavam flores; algumas choravam.
Ieltsin será enterrado hoje, em funeral de chefe de Estado, no cemitério Novodivechy. Diferentemente da praxe para os chefes de governo da antiga União Soviética, seu corpo não será sepultado no mausoléu da Praça Vermelha. Devem comparecer à cerimônia os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e George Bush.
As opiniões dos russos que passaram pelo velório resumem parte do legado de Ieltsin, que promoveu reformas democráticas mas sacrificou a economia do país. "Ele foi o primeiro presidente honesto e decente", afirmou Taisiya Shlyonova, aposentada de 75 anos.
"Dizem que ele deu liberdade ao povo, mas não foi bem assim. Ele deu liberdade à ladroagem, à anarquia e à ilegalidade", desabafou Igor Smirnov, 30.
"Não acho que ele tenha cometido erros, a não ser por um: A escolha de seu sucessor", disse Yelena, também aposentada, em referência à transferência de poder, em 1999, para o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin. Muitos russos avaliam que a atual linha dura do Kremlin significa destruição, por Putin, das reformas democráticas impulsionadas por Ieltsin.
"Às vezes surgem opiniões conflitantes, mas quando uma pessoa chega ao fim da sua vida e aparece diante do Todo-Poderoso para ser julgada, as palavras na Terra devem silenciar", disse o metropolita (bispo da Igreja Ortodoxa) Yuenaly aos presentes no velório de Ieltsin.


Com agência internacionais


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