|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cerca de 4.000 visitam corpo de Ieltsin em Moscou
Morto anteontem, presidente será enterrado hoje
DA REDAÇÃO
Centenas de pessoas prestaram homenagens ontem ao
presidente russo Boris Ieltsin,
morto anteontem, aos 76 anos.
Segundo autoridades russas,
até o fim da tarde aproximadamente 4.000 pessoas haviam
passado pelo velório de Ieltsin,
que se realizava na catedral do
Cristo Salvador, em Moscou.
Primeiro presidente russo da
era pós-comunista e um dos artífices da derrubada do antigo
regime soviético, Ieltsin morreu de insuficiência cardiovascular. Seu corpo foi levado à nave da catedral cuja reconstrução ele ordenou -o templo havia sido demolido pelos soviéticos- e era guardado por soldados enquanto a fila que vinha
de fora passava pelo caixão, envolto em uma bandeira russa.
Algumas pessoas, a maioria
adultos e idosos, deixavam flores; algumas choravam.
Ieltsin será enterrado hoje,
em funeral de chefe de Estado,
no cemitério Novodivechy. Diferentemente da praxe para os
chefes de governo da antiga
União Soviética, seu corpo não
será sepultado no mausoléu da
Praça Vermelha. Devem comparecer à cerimônia os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e
George Bush.
As opiniões dos russos que
passaram pelo velório resumem parte do legado de Ieltsin,
que promoveu reformas democráticas mas sacrificou a economia do país. "Ele foi o primeiro
presidente honesto e decente",
afirmou Taisiya Shlyonova,
aposentada de 75 anos.
"Dizem que ele deu liberdade
ao povo, mas não foi bem assim.
Ele deu liberdade à ladroagem,
à anarquia e à ilegalidade", desabafou Igor Smirnov, 30.
"Não acho que ele tenha cometido erros, a não ser por um:
A escolha de seu sucessor", disse Yelena, também aposentada,
em referência à transferência
de poder, em 1999, para o atual
presidente da Rússia, Vladimir
Putin. Muitos russos avaliam
que a atual linha dura do Kremlin significa destruição, por Putin, das reformas democráticas
impulsionadas por Ieltsin.
"Às vezes surgem opiniões
conflitantes, mas quando uma
pessoa chega ao fim da sua vida
e aparece diante do Todo-Poderoso para ser julgada, as palavras na Terra devem silenciar",
disse o metropolita (bispo da
Igreja Ortodoxa) Yuenaly aos
presentes no velório de Ieltsin.
Com agência internacionais
Texto Anterior: Pesquisa mostra pela 1ª vez empate entre Royal e Sarkozy Próximo Texto: Escudo antimísseis: Moscou volta a subir o tom e ameaça atacar sistema Índice
|