São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Atentados matam 66 no Iraque

Mulheres-bombas atingem mesquita que é o principal centro de peregrinação de xiitas em Bagdá
Pelo segundo dia, explosões visam iranianos; acusado pela falta de segurança, Exército americano atribui responsabilidade a Bagdá

DA REDAÇÃO

Duas mulheres-bombas se explodiram ontem nas cercanias do santuário xiita mais importante da capital Bagdá. Houve ao menos 66 mortos e 127 feridos na entrada da mesquita de Kadhimiya, no segundo dia seguido de ataques no Iraque, somando 144 mortes.
O premiê Nuri al Maliki ordenou uma investigação dos lapsos de segurança que possibilitaram o ataque e suspendeu o responsável pelo policiamento do bairro, situado na região norte da cidade e palco de outros atentados contra peregrinos xiitas em 2005 e 2006.
Houve minutos de intervalo entre as explosões, realizadas pouco antes do início das orações de sexta-feira -dia sagrado para os muçulmanos, quando as mesquitas recebem um maior fluxo de fiéis.
Entre os mortos, havia 25 peregrinos iranianos. De acordo com a polícia e o balanço divulgado pelo hospital para onde os feridos foram removidos, dos 127 sobreviventes, 80 eram cidadãos do país vizinho.
"As tropas dos EUA situadas no Iraque não protegem com seriedade a segurança do país", afirmou o ex-presidente iraniano Ali Akbar Hashemi Rafsanjani. Anteontem, mais de 40 peregrinos iranianos haviam sido mortos em atentado suicida na Província de Diyala, a cerca de 90 km de Bagdá.
O Exército americano em Bagdá afirmou ontem que não poderia apresentar detalhes acerca do atentado à mesquita de Kadhimiya porque o patrulhamento da região onde fica o templo é de competência das autoridades iraquianas.
Barack Obama, tem planos de retirar todo o efetivo de combate americano do Iraque até 31 de agosto de 2010, deixando de 30 mil a 50 mil militares com a incumbência genérica de "treinar e aconselhar" os iraquianos até o fim de 2011.
A exemplo dos atentados de anteontem, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques das mulheres-bombas. Mas atentados dessa natureza têm o modus operandi da insurgência sunita respaldada pela Al Qaeda no Iraque.
O país, de maioria xiita como o Irã, vive sob tensão sectária, acirrada durante a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003).


Com agências internacionais


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