São Paulo, Domingo, 25 de Abril de 1999
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Sem-teto ocupa imóvel para evitar invasão

Os holandeses estão criando um novo tipo de "sem-teto" invasor de prédios abandonados, diz o "The Wall Street Journal", o antiinvasor. Ele paga uma taxa mensal a uma agência que indica prédios, escolas ou apartamentos abandonados.
O antiinvasor desocupa o lugar quando a agência pede. Ela faz isso para proteger os imóveis dos inimigos: os invasores de verdade.
Na Holanda, a invasão não é crime, ao contrário dos EUA, onde as pessoas só podem morar em um lugar do qual tenham a propriedade ou que aluguem.
Dirk Klanker, 26, já se mudou cinco vezes nos últimos 18 meses. Ele paga US$ 150 por mês a uma agência que lhe arruma vagas em apartamentos vagos, salas de aula abandonadas e até escritórios vazios. "Enquanto houver locais para invadir, eu estou tranquilo", disse Klanker ao "Journal".
Alguns, como Janine Hazemeyer, 26, procuram o serviço de uma agência por causa da falta de oferta de apartamentos. Ela está morando com amigas há seis meses. "Mesmo com um bom salário, não consigo alugar nada", afirmou.
Ser um antiinvasor depende da confiança da agência. Cada novo antiinvasor deve ser indicado por um antigo, fazer uma entrevista, assinar um contrato e fazer um depósito inicial.
Devem, também, seguir as regras de cada casa, as quais estão longe de ser rigorosas: cada um pode plantar maconha para uso próprio e só pode dar festas com a permissão da casa.
Os invasores de verdade não gostam da competição. Eles vêem os antiinvasores como uma perversão do ideal de que "a propriedade é um roubo". Essa era uma visão popular dos anos 60 e 70.


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