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Israel prende 33 líderes do Hamas, incluindo ministro
Entre os detidos também há três prefeitos e três deputados do grupo radical
Governo israelense diz que objetivo é forçar trégua em conflito que já matou mais de 50; palestinos afirmam que ataques prosseguirão
Sebastian Scheine/Associated Press
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Israelenses fazem manifestação em Sderot, cidade mais atingida pelos foguetes do Hamas |
DA REDAÇÃO
Forças de segurança israelenses prenderam na madrugada de ontem, na Cisjordânia, 33
dirigentes do Hamas, grupo radical islâmico que tem a maioria das cadeiras no Parlamento
palestino. Entre os detidos está
o ministro da Educação, Naser
al Shaer, além de três deputados e três prefeitos.
O objetivo das prisões, segundo o ministro da Defesa de
Israel, Amir Peretz, é forçar o
Hamas a suspender a onda de
ataques que tem feito, nos últimos dez dias, contra o território israelense. Esses ataques
têm sido respondidos por Israel com bombardeios na faixa
de Gaza. Os confrontos já deixaram mais de 50 mortos, sendo um deles uma israelense.
"É melhor prender os líderes
[do Hamas], assim talvez possamos forçar um cessar-fogo,
em vez de deixar a região [de
Gaza] mergulhar num conflito
generalizado", afirmou Peretz.
Porém, o sucesso da tática
não parece certo. Além de os
ataques de lado a lado terem
prosseguido ontem -sem mortes-, Sami Abu Zuhri, um
membro do gabinete do Hamas, afirmou que "foguetes serão disparados enquanto continuar a agressão sionista ao nosso povo". Os foguetes são referência às armas que os palestinos têm usado contra Israel, foguetes caseiros Qassam disparados a partir da faixa de Gaza.
Em uma reunião anteontem
com o premiê palestino, Ismail
Haniyeh, o presidente da Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas, tentou negociar um cessar-fogo, mas líderes do Hamas disseram que só
suspenderiam a ofensiva se Israel o fizesse simultaneamente
e se a trégua se estendesse à
Cisjordânia, além de Gaza.
Sobre as prisões de ontem,
Abbas, que é líder do partido
moderado Fatah, afirmou que
atrapalham o processo de paz.
Já Haniyeh, do Hamas, exigiu a
libertação dos detidos e apelou
à ONU e à União Européia que
adotem sanções contra Israel.
A prisão de líderes palestinos
ligados ao Hamas é uma estratégia que Israel já havia adotado, em 2006, após o seqüestro
de um soldado na faixa de Gaza.
Dos governantes palestinos detidos então, 40 parlamentares
ainda não foram soltos.
Não funciona
O espanhol Javier Solana,
chefe da diplomacia da União
Européia, esteve ontem em Gaza, onde se encontrou com
Mahmoud Abbas.
Além de pedir que tanto os
palestinos quanto Israel suspendam os ataques, ele declarou que o governo palestino,
uma união entre o Hamas e o
Fatah que se forjou há dois meses, ainda não está "funcionando" e, portanto, experimenta
dificuldades para conter a violência entre seus milicianos.
Já o novo enviado especial da
ONU ao Oriente Médio, Michael Williams, expressou
preocupação com as prisões
feitas por Israel, particularmente a do ministro da Educação. Williams disse ainda que se
deveria considerar o envio de
uma força internacional de paz
a Gaza -idéia essa já rechaçada
anteriormente por Israel.
A prisão do ministro palestino Naser al Shaer também provocou reação dos EUA. O Departamento de Estado expressou preocupação com o caso,
mas afirmou que Israel tem o
direito de se defender.
Com agências internacionais
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