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Netanyahu rejeita parar colônias na Cisjordânia
Declaração contraria pressão de Washington pelo fim dos assentamentos judaicos
Premiê israelense diz ainda manter "algumas reservas" sobre a criação de um Estado palestino; Síria acusa Israel de ser obstáculo para a paz
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rechaçou ontem a pressão do governo dos EUA para que seu
país interrompa o assentamento de judeus na Cisjordânia.
Também afirmou "não aceitar
limitações para construir" em
Jerusalém, que Israel considera sua capital.
"O pedido de uma parada total para construir não é algo
que possa ser justificado e que
alguém aqui nesta mesa aceite", declarou Netanyahu, dirigindo-se a seu gabinete.
Na segunda passada, ele se
encontrou em Washington
com o presidente Barack Obama, que lhe pediu a suspensão
dos assentamentos.
Netanyahu também expressou "reservas" quanto à existência de um Estado palestino.
"Claramente, devemos manter
algumas reservas sobre um Estado palestino. Essas coisas foram claramente expostas ao
presidente [Obama] em Washington", disse.
Foi a primeira vez que Netanyahu falou sobre essa questão desde que assumiu o governo, em 31 de março, após o
triunfo de seu partido, o Likud
(direita), nas eleições legislativas de fevereiro passado.
Economia forte
O premiê defende que é preciso fortalecer a economia da
Cisjordânia antes de iniciar negociações sobre um eventual
Estado palestino.
Em junho, durante encontro
no Cairo, Obama deverá instar
Netanyahu e o presidente da
Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas, a retomarem
as conversações de paz.
Obama tem surpreendido Israel com seu ativismo quanto à
questão dos assentamentos,
mas, segundo fontes ocidentais
e israelenses, ainda não está
claro quanta pressão ele de fato
colocará sobre Netanyahu.
Quando presidente, George
W. Bush já havia pedido a suspensão das construções, mas
elas prosseguiram em grande
parte sem controle.
Cerca de 500 mil judeus vivem em assentamentos erguidos na Cisjordânia e no leste de
Jerusalém.
A área dos assentamentos
engloba o leste da cidade, de
maioria árabe, e partes da Cisjordânia obtidas durante a
Guerra dos Seis Dias (1967).
Os EUA e a União Europeia
os consideram obstáculos à
paz. Já os palestinos os veem
como um modo de negar-lhes
um Estado na Cisjordânia e na
faixa de Gaza.
Mark Regev, porta-voz de
Netanyahu, afirmou que o destino dos assentamentos deveria ser decidido em negociações
com os palestinos. "Enquanto
isso, temos que fazer com que a
vida normal prossiga nessas comunidades", declarou.
"Obstáculo à paz"
Anteontem, o ditador sírio
Bashar Assad havia afirmado
durante a abertura da Organização da Conferência Islâmica,
em Damasco, que Israel é "o
maior obstáculo" à paz no
Oriente Médio. Ele também
disse que o fracasso nas negociações de paz abriria caminho
para um aumento da resistência nas terras ocupadas.
Na semana passada, Netanyahu afirmara que Tel Aviv
quer dialogar imediatamente e
sem precondições com a Síria.
A declaração fora dada após a
reunião com Obama.
Esse foi o primeiro aceno à
Síria dado pelo líder de Israel,
desde que assumiu o poder.
No ano passado, Damasco e
Tel Aviv conduziram negociações de paz mediadas pela Turquia. Mas a Síria suspendeu as
conversações após o ataque de
Israel à faixa de Gaza.
Com agências internacionais
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